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PSD não se opõe a que Governo “encomende o trabalho a quem quer que seja”, mas defende que “interlocutores têm de ser ministros”

O presidente do PSD não rejeita a hipótese de António Costa Silva poder estar presente nas reuniões que o Governo terá com os partidos e parceiros sociais para discutir o plano de recuperação da economia, mas sublinha que o gestor da Partex não pode ser “o interlocutor para os partidos da oposição e para a Assembleia da República”.
  • Mário Cruz/Lusa
1 Junho 2020, 13h41

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, afirmou esta segunda-feira que “não tem rigorosamente nada contra nem a favor” da decisão do Governo em convidar o presidente da petrolífera Partex, António Costa Silva, para desenhar o programa de recuperação económica do país. O líder social-democrata sublinhou, no entanto, que “no momento de conversar, os interlocutores do Governo têm de ser os ministros”.

“Se Governo quer fazer um plano a longo prazo de desenvolvimento estratégicos da economia portuguesa, acho bem. Quem é que chama a colaborar? Não é da minha conta. Desde que depois o relacionamento direto não seja com essa pessoa”, afirmou Rui Rio aos jornalistas, à margem de uma visita a um colégio do Porto.

O presidente do PSD não se opõe a que “o Governo ausculte quem quer que seja e encomende o trabalho a quem quer que seja” e também não rejeita a hipótese de António Costa Silva poder estar presente nas reuniões que o Governo terá com os partidos e parceiros sociais para discutir o plano de recuperação da economia. “Mas não é o interlocutor para os partidos da oposição e para a Assembleia da República”, insistiu Rui Rio.

Depois das críticas do Bloco de Esquerda (BE), do CDS-PP e do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), António Costa Silva veio esclarecer, em entrevista à RTP, que não vai negociar o plano económico em nome do Governo. “Os partidos têm razão, eu tenho imenso respeito pelos partidos. A minha missão não e negociar, a minha missão é fazer o plano. Quem vai negociar, fazer as escolhas, e estabelecer prioridades, é o Governo”, sublinhou.

De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, o gestor da Partex foi convidado para “coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica”, que deve estar concluído até à aprovação do Orçamento Suplementar. O convite foi aceite “como contributo cívico e ‘pro bono'”, “enquanto os membros do Governo estão concentrados, nesta fase, no Programa de Estabilização Económica e Social e no Orçamento Suplementar”.

Rui Rio disse ainda que é provável que o convite feito a António Costa Silva esteja relacionado com uma eventual remodelação no Governo. “Intuímos que possa vir a acontecer em breve”, disse sem acrescentar pormenores. Na mesma entrevista à RTP, António Costa Silva negou essa possibilidade. “Não serei” do Governo, disse.

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