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PSI 20 contraria a Europa e fecha no ‘vermelho’. Sonae tomba 3,7%

As principais bolsas europeias começaram a sessão no ‘vermelho’, mas acabaram por inverter o curso ao longo do dia e fecharam com ganhos.
  • Reuters
15 Outubro 2018, 16h53

O índice PSI 20 fechou esta segunda-feira com uma perda de 0,21% para 4.996,54, com destaque negativo para os setores do retalho e do papel. A bolsa de Lisboa contrariou, assim, a tendência entre as principais bolsas europeias, que começaram a sessão no ‘vermelho’, mas acabaram por inverter o curso ao longo do dia. Os juros da dívida beneficiaram do upgrade da Moody’s.

A liderar as perdas no índice de referência nacional esteve a Sonae, que caiu 3,67% para 0,84 euros por ação, seguindo-se a Sonae Capital (-3,37% para 0,717 euros) e a Altri (-3,36% para 7,470 euros). “O mercado nacional iniciou a semana em terreno praticamente neutro, com os ganhos do BCP a contrastarem com as perdas do grupo Sonae e da Altri”, explicam os analistas do BPI.

“A Altri estendeu as fortes perdas que registou na semana passada, enquanto que a Navigator apresentou um ligeiro ganho, apesar de ter informado o mercado que «a passagem do furacão Leslie por Portugal, que atingiu de forma particular a região da Figueira da Foz no Sábado e Domingo, causou danos patrimoniais na sua unidade fabril instalada naquela zona, e que esta se encontra, devido a esses danos, com a laboração suspensa»”, sublinham.

Ainda no setor do papel e pasta de papel, a Navigator fechou com uma perda de 0,15% para 4,094 euros e a holding Semapa de 0,12% para 16,820 euros. No retalho, a Jerónimo Martins perdeu 0,65% para 11,390 euros.

Galp reage aos números da produção. BCP trava perdas

Na energia, a Galp reagiu negativamente à apresentação de números da produção no terceiro trimestre do ano. A produção net entitlement (líquida de custos com direitos de exploração pagos aos estados) de petróleo subiu 11% para uma média de 102,3 mil barris de crude por dia e as ações fecharam com uma perda de 0,51% para 15,570 euros.

A EDP Renováveis deslizou 0,12% para 8,120 euros, enquanto a EDP valorizou 0,43% para 3,066 euros por ação. A elétrica liderada por António Mexia comunicou este domingo ao mercado que o grupo norte-americano The Capital Group (que era há um mês o segundo maior acionista da EDP) vendeu toda a participação que tinha na empresa.

A cotada que mais valorizou foi, no entanto o BCP, que valorizou 2,9% para 0,2344 euros por ação. O banco beneficiou da subida do rating da República pela agência Moody’s, na sexta-feira.

A agência de notação financeira colocou a dívida portuguesa em grau de investimento pela primeira vez desde 2011 e fez com que o país passe a ter esta recomendação pelas três principais agências de rating do mundo. A yield das Obrigações do Tesouro a 10 anos também reagiram, em mercado secundário, com uma baixa de 4,2 pontos base para 2,001%.

Europa foca resultados e fecha os olhos a tensões geopolíticas

Os mercados acionistas têm sido pressionados por uma série de questões, desde a subida dos custos de financiamento dos Estados Unidos, passando pela guerra comercial, o orçamento italiano e a crescente tensão entre a Arábia Saudita e o Ocidente. Ainda assim, as bolsas recuperaram no final do dia.

“As bolsas europeias encerraram em ligeira alta, com a maioria dos setores em terreno positivo. Depois de uma semana bastante negativa, os investidores mantêm-se cautelosos face às tensões geopolíticas, mas estão expectantes em relação à época de resultados nos EUA que se espera que devolva algum ânimo. As empresas de telecomunicações encabeçaram os ganhos, enquanto que o setor industrial foi protagonista das maiores perdas”, acrescentaram os analistas do BPI.

Entre as principais praças europeias, apenas o francês CAC 40 também fechou no ‘vermelho’, a deslizar 0,02%. O índice pan-europeu Euro Stoxx 50 avançou 0,53%, enquanto o alemão DAX subiu 0,80%, o espanhol IBEX 35 subiu 0,23%, o italiano FTSE MIB valorizou 0,17% e o britânico FTSE 100 avançou 0,46%.

No mercado cambial, o euro aprecia-se 0,29% para 1,1593 dólares. A moeda única seguiu em alta com um reforço da confiança dos investidores depois de o governo italiano ter dado novas garantias de que o país não vai sair do euro.

Arábia Saudita preocupa mercados, mas petróleo corrige

O jornalista saudita (crítico do príncipe herdeiro Mohamed ben Salman), que vivia nos EUA e escrevia para jornais como o Washington Post, entrou a 2 de outubro no consulado saudita em Istambul, para tratar de assuntos administrativos e nunca mais foi visto. Quatro dias depois, fontes da investigação citadas pela imprensa turca afirmaram que o jornalista foi morto no consulado.

O presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu este sábado, em entrevista à CNBC, que a Arábia Saudita possa estar por trás do desaparecimento e advertiu que, se assim for, haverá um “castigo severo”. Também o ministro dos Negócios Estrangeiros turco pediu ao governo saudita que coopere na investigação.

As tensões entre a Arábia Saudita, o maior produtor da OPEP, e os Estados Unidos, levaram a uma subida nos preços do petróleo durante a manhã. Na altura do fecho das bolsas, os preços corrigem e o Brent londrino recua 0,39%, para 80,12 dólares por barril, e o crude WTI negociado em Nova Iorque perde 0,35%, para 71,09 dólares.

[Notícia atualizada às 17h15]

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