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PSI 20 encerra ‘flat’ no dia em que a CMVM suspendeu a negociação das ações da EDP e EDPR

A CMVM suspensão a negociação dos títulos da EDP e da EDP Renováveis enquanto aguarda por informações das empresas ao mercado depois de os respectivos presidentes executivos, António Mexia e João Manso Neto, terem sido suspensos das suas funções com efeitos imediatos por ordem judicial.
  • Cristina Bernardo
6 Julho 2020, 17h25

O PSI-20, principal índice bolsista nacional, encerrou a primeira sessão desta semana sem grandes alterações face à sexta-feira passada, tendo subido ligeiramente 0,05% para os 4.407,48 pontos.

Na sessão de hoje, marcada pela suspensão da negociação das ações da EDP e da EDP Renováveis (EDPR) determinada pelo conselho de administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), registaram-se sete descidas e 11 subidas.

A CMVM determinou a suspensão da negociação das ações da EDP e EDPR porque se encontra a aguardar a “divulgação de informação relevante ao mercado” por parte destas empresas depois de, ao início da tarde, o juiz Carlos Alexandre ter decretado a imposição das medidas de coação pedidas pelo Ministério Público no âmbito do processo judicial dos CMEC.

Em resultado, o juiz suspendeu com efeitos imediatos das suas funções os presidentes executivos da EDP e da EDPR, António Mexia e João Manso Neto, respectivamente, que são arguidos no processo e suspeitos de terem alegadamente praticado crimes de corrupção.

Além disso, ambos terão de prestar uma caução no valor de um milhão de euros, estão interditos de sair do país e não podem contactar com outros arguidos no processo, como João Conceição, administrador da REN e suspeito de ter alegadamente praticado dois crimes de corrupção passiva, que terá de prestar uma caução de cerca de 500 mil euros, mas mantem-se em funções.

A EDP liderou as perdas, desvalorizando 2,40% para os 4,34 euros. Seguiu-se a EDPR, que perdeu 2,18% para 12,54 euros. E a REN cedeu 1,20% para 2,46 euros.

Destaque ainda para as quedas de 1,16% e de 0,80% da Ibersol e da Corticeira Amorim, respectivamente.

Nos ganhos, o destaque da sessão de hoje vai para a subida de 5,11% da Mota Engil, que encerrou a negociação nos 1,194 euros, enquanto os CTT dispararam 4,08% para 2,20 euros. Os ganhos foram também registados entre as papeleiras, com a Navigator e a Semapa a subirem, respectivamente, 1,48% e 2,08%. Já o Millennium bcp avançou 1,85% para 0,11 euros.

Na Europa, o analista de mercados do Millennium bcp salientou que “as bolsas europeias encerraram em alta expressiva”.

“Os ganhos foram transversais a todos os setores no universo Stoxx600, com o setor banca a destacar-se. Na sessão de hoje o destaque foi para as declarações do governador do Banco de França, de que a economia do país está a acelerar mais do que o esperado e que as previsões do Fundo Monetário Internacional podem ser muito pessimistas”, adiantou o analista.

Ramiro Loureiro destacou ainda as notas de mercado “que apontam que o presidente norte-americano está a preparar uma séria de ordens executivas sobre diversos temas, incluindo China, imigração e preço de medicamentos. A revelação de que a atividade terciária norte-americana se expandiu de forma surpreendente em junho acabou por trazer ânimo adicional”.

Neste contexto, as principais praças europeias encerraram com ganhos entre 1% e 2%. O britânico FTSE 100 liderou as subidas, avançando 2,09%. Em Espanha, o Ibex 35 valorizou 2,06%, o Dax alemão ganhou 1,64%, o francês CAC 40 avançou 1,49% e o italiano FSTE Mib ganhou 1,55%. Já os índices pan-europeus, o Stoxx600 e o Stox 50 subiram, respectivamente 1,58% e 1,69%.

Nas matérias-primas, o petróleo não tem tendência definida. Em Londres, o barril de Brent valoriza 0,79%, para 43,14 dólares, enquanto nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate perde 0,25%, para 40,55 dólares.

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