[weglot_switcher]

Centro Cultural Vila Flor celebra duas décadas de atividade sob o signo da diversidade

Dino D’Santiago, Liana Flores, Mão Morta, Sara Correia, Pedro Penim e Moritz Ostruschnjak são alguns dos nomes que vão agitar Guimarães e o palco do CCVF nos primeiros meses do ano em que a instituição celebra duas décadas de atividade.
Quis Saber Quem Sou ©Filipe Ferreira
11 Janeiro 2025, 11h02

 

Desde a sua inauguração, em 2005, que o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) tem sido a principal instituição de Guimarães no domínio das artes do espetáculo. E no ano em que completa 20 anos de atividade, o CCVF só poderia fazer jus à sua coerência programática enquanto projeto artístico, social e comunitário, de cocriação, fruição e formação cultural.

Um projeto que tem tido uma faceta ativista e que a assume plenamente na programação do primeiro trimestre do ano, sob o signo da diversidade e da construção de pontes com a criação contemporânea. A começar pela música, que leva ao palco do CCVF, no próximo dia 18 de janeiro, Dino D’Santiago, uma figura central da música portuguesa, não só pelo que compõe, mas também pelo seu papel como ativista em prol da igualdade e do diálogo cultural entre os povos de língua portuguesa.

Filho de pais cabo-verdianos, nasceu no Algarve e cedo se envolveu nos movimentos da música urbana globalizada, viajando com mestria entre estilos musicais, fundindo os universos do soul, hip-hop com o batuku e o funaná. E embora trabalhe a tradição musical cabo-verdiana entrelaçada com a eletrónica global, não existem fronteiras musicais para Dino. Nem sociais, como atestam os múltiplos prémios nacionais e internacionais.

A 26 de fevereiro é a vez de Liana Flores tomar de assalto o auditório do Teatro Jordão. Após digressões esgotadas nos EUA e no Reino Unido, a cantora e compositora anglo-brasileira estará em digressão por Espanha e Portugal. Liana Flores combina apontamentos oníricos com melodias melancólicas de guitarra, interligando uma gama única e inebriante de influências estilísticas da folk britânica e do jazz clássico à bossa nova brasileira dos anos 60. Depois do sucesso global da sua canção “Rises the Moon”, o seu álbum “Flower of the soul” revela a sua essência e forma de ver o mundo, o amor, a natureza.

Quarenta anos na estrada não afetaram em nada a energia e irreverência dos Mão Morta, que, no dia 1 de março, sobem ao palco do Grande Auditório Francisca Abreu, no CCVF para um concerto que promete convocar – para exorcizar – as forças maléficas antidemocráticas que grassam pelo mundo fora.

A 15 de março, “Quis saber quem sou – um concerto teatral”, revisita as canções da revolução, as palavras de ordem, as cantigas que são armas, mas também as histórias pessoais das gerações que fizeram o 25 de Abril. O espetáculo parte do primeiro verso da canção “E Depois do Adeus”, pleno de questionamento individual e coletivo, cantado por Paulo de Carvalho, marca o momento histórico do arranque da revolução, tornando uma canção de amor num símbolo da liberdade. Com produção do Teatro Nacional D. Maria II, conceção, texto e encenação de Pedro Penim, conta com a interpretação de Ana Pereira, Bárbara Branco, Eliseu Ferreira, Francisco Gil Mata, Inês Marques, Jéssica Ferreira, Joana Bernardo, Joana Brito Silva, Manuel Coelho, Manuel Encarnação, Pedro Madeira Lopes, Rafael Ferreira, Rute Rocha Ferreira e Vasco Seromenho.

Ainda em março, dia 22, o CCVF recebe Sara Correia, um nome que tem somado elogios da crítica e do público e arrebatado prémios da indústria, além de já ter no currículo uma nomeação para um Grammy Latino. Sara Correia reuniu alguns dos melhores letristas e compositores da atualidade e afirmou o fado como a sua casa. O seu terceiro álbum, “Liberdade”, vem cimentar o talento e o caminho escolhido.

A encerrar o mês de março, a 29, “Cry Why” assinala o regresso do coreógrafo alemão Moritz Ostruschnjak a Guimarães, depois de já ter estado na cidade berço em 2022, no GUIdance, para estrear “Tanzanweisungen (It won’t be like this forever)”. “Cry Why” funde dois solos que se entrelaçam e se tornam num dueto, onde Miyuki Shimitsu e Guido Badalamenti protagonizam uma história íntima e intensa entre duas pessoas que expressam o seu amor através de um conjunto de patins em linha. Com música ao vivo, interpretada por Reinier van Houdt.

Os espetáculos da programação regular referidos têm todos início marcado para as 21h30 e pode consultar aqui a programação completa. Os bilhetes já estão disponíveis  online em oficina.bol.pt.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.