A degradação da qualidade do serviço, prestado por entidades públicas, é relatado diariamente, nos vários órgãos de comunicação social e claramente sentida pela maioria dos portugueses.
Em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), as notícias sobre a deficiente qualidade dos serviços prestados, com especial relevo para as listas de espera, são diárias, mas esta situação não é exclusiva do SNS.
Nas repartições fiscais e da segurança social, que diminuíram drasticamente os períodos de atendimento presencial, o calvário para a resolução de qualquer problema, é a norma.
A designação de utentes para quem é obrigado a dirigir-se a estes serviços, e não de clientes constitui, desde logo, a base para a ausência de preocupação.
Mas esta degradação da qualidade do serviço prestado, desta vez, aos clientes, nas empresas e instituições privadas, também tem vindo a ocorrer, a um ritmo crescente.
Num serviço que me foi prestado, por uma oficina, dum concessionário que representa várias marcas, uma situação que deveria ter sido resolvida no prazo de uma a três semanas, só foi resolvida sete semanas depois, e após duas cartas para a administração, uma reclamação longa, registada no livro de reclamações e mais de uma dezena de telefonemas e idas à oficina.
Na base deste conjunto de situações, está o modelo assistencialista imposto pelos partidos de esquerda, em que os trabalhadores passaram a ter só direitos e não deveres, e à manutenção do trabalho remoto no período pós-Covid, sem uma avaliação qualitativa e quantitativa do serviço prestado por esta via.
Este modelo político, completamente enraizado na sociedade portuguesa, com total desrespeito pelo mérito, está na base do nosso empobrecimento crescente.
Num país em que o crescimento do PIB está suportado na área de serviços, esta degradação da qualidade do serviço prestado aos clientes, vai originar, a curto prazo, falências de empresas e redução do crescimento.
Se associarmos um modelo de imigração descontrolada, sem qualquer relação entre a procura e a oferta do mercado de trabalho, temos a tempestade perfeita.
Se não invertermos esta política assistencialista, valorizando o mérito, a degradação da qualidade do serviço público e privado, acentuar-se-á. E o empobrecimento do país, também.