Em tempos de pandemia, quando as prioridades dos gestores e empresários são, na maioria dos casos, assuntos do foro da saúde, própria, da família, dos colaboradores e de outros próximos, são tomadas decisões que têm impactos globais, como os estados de emergência verificados pelo mundo fora. Em todas as matérias, a partilha de experiências e reflexões torna-se uma forma de solidariadade fácil e que permite o combate do mundo e da economia à crise instalada. Nesse sentido, a equipa de supply chain & operations da EY propôs-se partilhar algumas das boas práticas que as organizações têm vindo a adotar.

Na perspetiva dos negócios, identificamos três momentos de mudança após uma crise global como a do COVID-19. Gerir a crise, garantir a resiliência e promover digitalmente a colaboração: o hoje, o amanhã e o futuro.

No hoje, já passado em algumas economias, as organizações precisam de se adaptar à pandemia, com a criação de equipas de gestão de crise e reforçando os procedimentos de segurança em torno da saúde dos colaboradores. De seguida, devem rever o planeamento em função da disponibilidade de força de trabalho e do volume de encomendas. E, por fim, onde aplicável, devem implementar práticas no chão-de-fábrica que permitam operacionalizar este novo contexto de forma simples e eficiente.

No amanhã, em resultado de um provável rebalanceamento das cadeias de abastecimento globais, as organizações devem direcionar o seu foco para uma melhoria da resiliência da sua cadeia de abastecimento, introduzindo ou reforçando dois elementos importantes na gestão da mesma: primeiramente incorporando o apetite ao risco específico a cada negócio e integrando-o como peça-chave na gestão dessa cadeia. E de seguida devem procurar melhorar a visibilidade que têm sobre os elementos que compõem a cadeia de abastecimento, compreendendo os efeitos a montante e os impactos a jusante.

Finalmente, no futuro, é de destacar o movimento de digitalização adotado pelos consumidores ao longo das últimas semanas, sobretudo ao nível das transações digitais (vendas online). As empresas devem aproveitar a crescente adoção do digital para criar novos canais de comunicação com o cliente, contornando as limitações da transação física que o contexto atual impõe. Contudo, é imperativo que tomem também em consideração a necessidade de revisão e/ou digitalização das operações e cadeia de abastecimento, sob pena de falharem por completo no serviço ao cliente.