[weglot_switcher]

Quanto custa uma viatura para uma empresa ou para um particular

Falar-se de valores está ligado intrinsecamente ao custo da viatura inicial, mas também ao impacto fiscal e ao tipo de utilização.
19 Fevereiro 2022, 21h00

A subida do valor do mercado de usados tem sido determinante para melhorar o preço final do veículo e, por isso, o seu custo ao longo da utilização. Refere Gonçalo Neves, diretor de B2B na Stellantis Portugal (entidade que agrupa marcas como a Peugeot, Citroen, DS, Opel, Fiat, entre outras) que “o TCO ((total cost of ownership ou custo total da posse) entre LEV e ICE (internal combustion engine) é um tema que encerra várias perspetivas, pelo que não existe uma verdade única.

Fatores como o tipo de cliente, tipologia e intensidade de utilização das viaturas fazem variar significativamente a análise do TCO de uma frota. Por conseguinte, existem situações onde o TCO LEV (pequeno veículo elétrico) é mais vantajoso do que o de um ICE, e vice-versa. Para uma empresa, por exemplo, a vantagem fiscal que uma viatura elétrica tem face a uma viatura com motor de combustão é de tal forma significativa que, este facto associado a um custo de utilização inferior, tornam o seu TCO mais reduzido”. E a par das condições de utilização e do tipo de motor, a existência de um bom mercado de usados é determinante no modelo de gestão da frota. Explica anda Gonçalo Neves que o valor de revenda futuro estimado dos veículos, o valor residual, “é um fator-chave na construção do valor de uma renda de aluguer operacional”. E ainda que a “evolução e comportamento do mercado de usados influencia fortemente a competitividade da oferta de uma gestora de frotas” e no caso da Stellantis a solução para o mercado de usados passa pela marca Spoticar. Pedro Coutinho da locadora Kinto, salienta o facto de a crise dos componentes ter tornado ainda mais relevante o mercado de usados. E ainda que esta é uma das soluções que colocam junto dos clientes, sublinhando que “a utilização do veículo num segundo ciclo de vida (é) uma tendência que vamos continuar a ver no futuro”. Na definição do preço o mercado de usados é ainda mais relevante para um operador de rent-a-car. Diz Duarte Guedes, CEO da Hertz Portugal que “o regular funcionamento do mercado de usados é muito importante para uma empresa como a Hertz, uma vez que é uma das variáveis no cálculo do nosso TCO interno enquanto operador de rent-a-car”. E concluiu que a Hertz “compra e vende viaturas neste mercado de forma regular”.

Numa implementação de frota bem sucedida, salienta Nuno Jacinto, diretor comercial da ALD Automotive, “os clientes devem ter em conta fatores como o perfil de utilização aptidão, e garantir que terão acesso às infraestruturas de carregamento adequadas”. E já existem veículos elétricos com um custo total mais favorável quando comparados com veículos de combustão interna e este gestor realça “ muita procura pelo mercado de usados”. E a mesma ideia é realçada por João Trincheiras, da BMW Group ao afirmar que “as gestoras de frotas têm vindo a dar ao mercado de usados uma relevância crescente, com a criação de plataformas e ferramentas de venda direta ao cliente final”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.