Quem são os pais (e a mãe) do centro de dados de Sines?

Quem é o pai da criança? Este é um tema recorrente em Portugal quando chega a hora de cortar fitas na inauguração de projetos. Regra geral, existem vários pais de diferentes governos, além, obviamente, dos investidores.

E o trabalho feito por dois  dos pais do centro de dados de Sines do lado de governos foram recordados na sexta-feira por outros dois pais.

Os ministros das Infraestruturas e da Economia Miguel Pinto Luz e Pedro Reis não se coibiram de deixar elogios ao trabalho feito pelos seus antecessores no cargo: João Galamba e António Costa Silva. Um exemplo a seguir daqui para a frente em todas as inaugurações de projetos pelo país fora.

Os responsáveis também deixaram uma palavra de agradecimento à ministra do Ambiente e da Energia Maria da Graça Carvalho pelo seu envolvimento no projeto. O seu antecessor no cargo, Duarte Cordeiro, também esteve envolvido no desenvolvimento.

“Uma palavra para quem não está cá. O anterior Governo foi tremendamente importante. Este é um projeto que tem continuidade, tem futuro”, disse Pedro Reis, garantindo aos investidores estratégicos que “há continuidade em Portugal” e há “interesse de Estado” nestes projetos.

Por sua vez, Miguel Pinto Luz deixou elogios ao trabalho feito por António Costa Silva e João Galamba pelo seu trabalho feito no centro de dados de Sines, mas também no setor dos portos “que é tantas vezes esquecido, mas voltou a colocar a política portuária” na agenda, destacando também

“Os privados podem olhar para o Estado e independentemente do que venha a acontecer [nas eleições]: este é um projeto que une todos os portugueses”, segundo o ministro das Infraestruturas.

O centro de dados tinha tudo para não nascer: tornou-se conhecido dos portugueses pelas piores razões, envolvido na Operação Influencer, que acabou por derrubar António Costa e o seu Governo. João Galamba foi constituído arguido na Operação Influencer, indiciado pelo crime de recebimento indevido de vantagem.

Mas o mundo pula e avança e a inauguração teve lugar na sexta-feira, na pior semana para a economia mundial de anos recentes (apesar da pandemia e da invasão russa da Ucrânia), com a imposição de fortes tarifas pelos EUA a vários países, incluindo aliados históricos.