No artigo que aqui publiquei no início de Janeiro critiquei a intenção manifestada pelo Governo de impedir os professores das escolas com contratos de associação de concorrerem a um lugar na escola pública em pé de igualdade com os demais colegas. Argumentei então que não fazia sentido que os anos que estes docentes dedicaram à Educação não pudessem contar para efeitos de concurso, até porque estes colégios fazem parte da rede de ensino público.
Mais recentemente ficou a saber-se que o Ministério da Educação reflectiu melhor sobre o assunto e, ao que parece, afinal não irá cometer tal injustiça. Pensará o leitor que todos os representantes dos professores ficaram agradados com a boa notícia. Desengane-se, pois Mário Nogueira manifestou-se chocado e alegou, em comunicado, que esta decisão do Governo é uma das principais razões para que a FENPROF não tenha aceitado a proposta do Ministério da Educação no âmbito da revisão dos concursos. Porque quer Nogueira prejudicar colegas de profissão? Para defender os direitos de uns, tem de atacar os de outros? Não deveria preocupar-se mais com o facto de irem entrar para o quadro menos professores contratados do que o desejado pela sua federação sindical?
Uma coisa me parece óbvia: os docentes que pertencem à FENPROF e que leccionam, ou leccionaram, nas escolas com contratos de associação, não têm em Mário Nogueira um defensor como seria de esperar. Bem pelo contrário.
O autor escreve segundo a antiga ortografia.