Luísa Amorim, administradora da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, um dos ativos integrados na Amorim Investimentos e Participações, explica, em entrevista ao Jornal Económico, os pormenores do investimento mais recente do grupo. Foi a primeira ‘saída’ para além da região vitivinícola do Douro, decorrendo na região do Dão uma aposta que só daqui a um ou dois anos é que começará a dar os seus frutos.
Em paralelo, Luísa Amorim, licenciada em Gestão Hoteleira e em Marketing, tem levado a bom porto os destinos da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. Este foi o ativo que sobrou depois de Américo Amorim ter decidido alienar as suas posições no setor do vinho do Porto. Começou com a referência Burmester (vinho do Porto) e, hoje em dia, é incontornável no panorama da produção de vinho no Douro e no país, seja de vinhos do Porto, seja de vinhos tranquilos. A Quinta Nova era praticamente desconhecida, mas hoje marca presença no segmento de topo de gama com marcas como Pomares, Mirabilis, Grainha ou a própria Quinta Nova, com uma vocação eminentemente exportadora, uma vez que já mais de metade das suas produções deverão ser encaminhadas para os mercados internacionais. A par da excelência das suas experiências de enoturismo. Em conjunto, a empresa e as referências da Quinta Nova são alvo sistemático de nota em publicações e da entrega de prémios de instituições como a Wine Paths, The Telegraph, Luxury Hotel & Winery of the Year, Condé Nast, El Mundo, Financial Times, Wine Spectator, Wine Enthusiast e The New York Times, entre outros.
Um trilho de sucesso que Luísa Amorim quer agora replicar no Dão. E noutros projetos, noutras regiões, sempre que as oportunidades, surgirem, como admite a empresária, na entrevista ao Jornal Económico.
O Grupo Amorim fez no final de junho de 2018 um investimento na aquisição da Quinta da Taboadella, em Sátão, região do Dão. Qual foi o montante envolvido nesta operação?
Foram investidos 1,25 milhões de euros, com o objetivo de promover um projeto de elevada qualidade no Dão.
Quais são os dados existentes sobre esta Quinta da Taboadellae que impacto terá a aquisição deste ativo na produção e receitas do grupo Amorim na área da produção de vinhose também de enoturismo?
Este projeto só será lançado em 2020. A Quinta da Taboadella tem cerca de 42 hectares, e várias castas locais como a Touriga Nacional, Jaen, Tinta Pinheira, Alfrocheiro, Encruzado, entre outras.
Estão previstos investimentos a curto prazo na Quinta da Taboadella? De que montante?
Neste momento, estão a ser promovidos investimentos numa nova adega e na reconstrução da casa principal. No entanto, só poderemos revelar o investimento depois da obra acabada.
Qual a relevância estratégica de o Grupo Amorim gerir a produção de vinhos em regiões como o Douro ou o Dão?
Temos uma forte ligação ao Douro, mas acreditamos que há outras regiões de grande qualidade em Portugal. Por agora, estamos a apostar no Dão.
Estão previstos para os próximos tempos alguns investimentos para a Quinta Nova da Nossa Senhora do Carmo? Se sim, quais, em que áreas e com que objetivos?
Sim, vamos renovar a adega da Quinta Nova em 2020.
Com os investimentos efetuados na Quinta da Taboadella, qual a real dimensão do Grupo Amorim na área vitivinícola neste momento a ou breve trecho – áreas de vinhas em produção, produção de vinho, volume de negócios previsível e atividade no enoturismo, por exemplo?
Posso revelar que, por agora, o Grupo Amorim (Douro e Dão) possui 130 hectares de vinha própria. Estimamos que no futuro, com os dois projetos, possamos atingir cerca de 600.000 garrafas em cada um.
O Grupo Amorim considera ter concluído a sua diversificação geográfica ou está a estudar novas oportunidades de investimentos nestas ou mesmo noutras regiões vitivinícolas? Se sim, em que regiões, com que objetivos?
A presença do Grupo Amorim na área dos vinhos restringe-se ao Douro e ao Dão. No entanto, surgem oportunidades todos os dias, embora nem sempre correspondam ao que procuramos. O futuro logo se verá. Por agora, estamos concentrados no Dão.
Artigo publicado na edição nº 1974 do Jornal Económico de 1 de fevereiro
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