As eleições do PS-Madeira decidem-se hoje, 19 de Janeiro. Nunca como agora o PS-M esteve tão bem nos estudos de opinião, tendo ganho também as eleições autárquicas – conquistando mais autarquias do que o PSD e aumentando significativamente o número de Juntas de Freguesia – concorrendo em todos os concelhos com a marca PS-M, o que não acontecera em 2013.
Não era, pois, de esperar que surgisse uma outra candidatura, candidatura essa em que o militante candidato a presidente do partido não é candidato a presidente do Governo Regional e o candidato a candidato a presidente do Governo Regional não é candidato a presidente do partido. Confusos?! Pois… os madeirenses e os porto-santenses também estão.
Uma candidatura adversária que, além de bicéfala, padece de uma evidente psicossomatização de estranhos sintomas, nunca antes vistos. Que nome damos a quem se compromete com algo e não cumpre? Que nome damos a quem recusa debater ideias e soluções com o seu adversário? Que nome damos a quem considera que um desafio para um debate é uma provocação? Que nome damos a quem se assume incompetente, mas se disponibiliza para travar alguém competente? Que nome damos a quem aceita ser candidato por procuração?
Deve ou não o actual presidente da Câmara do Funchal explicar por que razão, antes de ser eleito, jurou por diversas vezes aos munícipes que cumpriria o mandato e que, poucos dias depois de ser eleito, decidiu não o cumprir? Revelando não ser de confiança, enganou o PS que o apoiou, enganou os eleitores e os restantes partidos da coligação. Mas mais perigoso é o que este comportamento representa para a qualidade da democracia e para a afirmação do PS-M.
Por isso, entre outras coisas, o meu partido vai ter de escolher uma candidatura em que pode confiar, com gente capaz de assegurar o crescimento do partido (triplicou o número de votos em dois anos), e que concorrerá sozinha em 2019 para concretizar o sonho dos socialistas madeirenses de um governo liderado por um dos nossos, que defende sempre a autonomia, independentemente de quem estiver a governar a República, que não compromete a marca do PS-M, que não se verga ao interesse de outros partidos para benefício pessoal, que não está sujeito a nenhuma dependência com a justiça, que tem alguém capaz de conduzir os destinos do partido até 2019 e que cumpre as promessas.
Ou apostar numa candidatura aventureira que pode levar a um tombo na credibilidade do PS-M (recuperada depois de 2015, quando o ex-presidente obteve o pior resultado de sempre) e fazer o partido cair nas intenções de voto, afastando o sonho de um governo com a nossa marca. Uma candidatura bicéfala que oferece a ilusão de um candidato por procuração que nos envergonha a todos, colocando o PS-M na linha da chacota nacional, e que ameaça a nossa matriz e directrizes ideológicas em função de oportunismos políticos sem qualquer substância.