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Ramiro Sequeira apontado como CEO interino da TAP

Responsável pelas operações da transportadora área nacional é apontado como o próximo CEO interino da TAP. Na short-list para substituir Antonoaldo Neves como “solução transitória” constava ainda o nome de Valter Fernandes, CEO da Portugália Airlines.
30 Julho 2020, 18h04

Ramiro Sequeira, Chief Operating Officer (COO) da TAP e Valter Fernandes, CEO da Portugália Airlines, são os nomes que constam da short-list para suceder a Antonaldo Neves à frente da TAP, cuja escolha para liderança interina deverá ficar fechada até esta sexta-feira, 31 de julho, revelou ao Jornal Económico fonte próxima ao processo. Ramiro Sequeira já terá sinalizado disponibilidade para aceitar o cargo e Valter Fernandes o desejo de continuar à frente da Portugália. Nome de CEO interino da TAP deverá ficar fechado esta sexta-feira, 31 de julho, antes de ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ir de férias.

Os nomes de Valter Fernandes e Ramiro Sequeira, surgiram depois se David Pedrosa, o filho do presidente da Barraqueiro e acionista privado da TAP, ter sido apontado suceder o CEO da TAP, Antonoaldo Neves. David Pedrosa era solução “preferencial” dos administradores da TAP nomeados pelo Estado. Mas solução transitória por apenas seis meses e pretender continuar com a sua equipa terá levado gestor a declinar cargo. Liderança da TAP vai passar pela prata da casa.

Ramiro Sequeira iniciou funções a 6 de agosto de 2018 como COO da TAP e chegou a Portugal com uma vasta experiência profissional na aviação, na qual se destacam os 12 anos no Grupo IAG (British Airways e Iberia), onde desempenhou funções operacionais. Na altura, numa entrevista ao jornal da TAP, defendeu que os desafios se devem enfrentar com “BEM” – Bom Senso, Esforço e Metodologia. O JE sabe que Ramiro Sequeira visto como “um bom profissional” e como quem “conhece bem o setor”, já terá sinalizado a sua disponibilidade para aceitar ser CEO interino da TAP.

Já Valter Fernandes, segundo a mesma fonte, terá manifestado o desejo de continuar na liderança da Portugália, empresa do grupo TAP, cargo que assumiu em janeiro de 2018, tendo iniciado a sua atividade no setor da aviação em 2011 como Project Manager na TAP M&E (Manutenção e Engenharia) em Lisboa.

A saída do CEO brasileiro ocorreu depois de assinado o acordo de saída de Neeleman, 17 de julho, depois de concluídos todos os formalismos jurídicos num acordo que evitou a nacionalização da TAP depois de o empresário norte-americano e os acionistas da companhia brasileira Azul terem aceite abdicar do direito de converter as obrigações da TAP, no valor de 90 milhões de euros, em ações.

Com um vazio na liderança da TAP, a escolha do CEO interino era aguardada para esta semana. O JE questionou o Ministério das Infraestruturas sobre a nova liderança da companhia aérea, tendo fonte oficial afirmado não haver comentários

Aguarda-se assim o anúncio oficial da decisão sobre o novo CEO, duas semanas após o Conselho de Ministros ter a concessão de um empréstimo de até 1.200 milhões de euros à TAP, em conformidade com a decisão da Comissão Europeia, uma injeção que teve luz verde com a assinatura do acordo para a saída de David Neeleman da TAP.

Desta forma, o Estado Português passou a deter uma participação social total de 72,5% e os correspondentes direitos económicos na TAP SGPS, pelo montante de 55 milhões de euros, com a aquisição da participação (de 22,5%) detida David Neeleman. O empresário Humberto Pedrosa passou a deter 2,5% e os trabalhadores os restantes 5%.

Antonoaldo Neves entrou na TAP, pela mão de David Neeleman, e a sua saída da liderança da companhia, com a conclusão do acordo de saída do empresário norte-americano da companhia aérea, tornou-se inevitável. A este respeito, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, já afirmou que a permanência do atual CEO na empresa “não faria sentido”, tendo em conta que o acordo de princípio, alcançado a 2 de julho e formalizado a 17 de julho que ditou a saída do acionista responsável pela contratação do gestor brasileiro, o empresário David Neeleman.

Pedro Nuno Santos sinalizou a “substituição imediata” de Antonoaldo Neves, na conferência de imprensa de anúncio do acordo de princípio que garante ao Estado 72,5% da TAP, depois de comprar a posição de Neeleman: “Há a saída de um dos principais acionistas, era difícil explicar que o CEO [presidente executivo] continuasse”.

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