O CEO da EDP Inovação alertou esta quarta-feira para as vantagens da rede móvel de quinta geração (5G) na transição energética e garante que esta tecnologia terá “um papel convergente” no processo que envolve os três D (descarbonização, descentralização e digitalização).
António Coutinho explicou que a descarbonização implica deixar de usar combustíveis fósseis e recorrer a energias renováveis, sendo que as renováveis elétricas são as de maior escala e menor custo, o que torna necessária a eletrificação da economia.
“Hoje só 22% do consumo energético final é que é eletricidade e o resto são combustíveis fósseis, o que dá para perceber o desafio que temos. Se nós quisermos descarbonizar a nossa economia europeia até 2050 vamos ter de passar os 22% para valores como 70% e grande parte do resto será hidrogénio”, referiu.
Segundo o diretor executivo da EDP Inovação, só é possível ter um sistema energético sem falhas se por trás estiverem sistemas mais digitais, “para orquestrar todos estes ativos que estão distribuídos, a funcionar de uma forma articulada e harmoniosa”. É aí que entra o 5G, capaz de dar escalar a conexão entre os dispositivos (IoT – Internet of Things) – ou seja, ter (quase) tudo interligado.
“Vai permitir ligar imensos equipamentos todos ao mesmo tempo de uma forma eficiente e com grande débito de informação. Isso é essencial para a tal orquestração”, garantiu o gestor, na apresentação do programa de inovação colaborativa “Acelerador 5G”, criado em parceria com a NOS, AWS e Startup Lisboa.
Há outro exemplo do impacto do 5G na energia, ligado à requalificação profissional – um problema criado pela tecnologia, mas por solucionado pela tecnologia. É que deixar de consumir gás de botija e utilizar eletricidade para aquecer a água vai requerer uma transformação de tal dimensão que não haverá técnicos (recursos humanos) suficientes.
“A transição energética é muito mais intensiva do ponto de vista de trabalho. Por isso, coisas como a Realidade Aumentada – possíveis pelo 5G – serão essenciais para conseguir converter profissionais cuja função desaparece com o digital para outras atividades”, disse António Coutinho.
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