“Green to Gold” é um livro de 2006 que fala na importância de fazer pontes entre a preocupação ambiental e a economia. Defende que o ambiente deve ser estratégico nos negócios e que é necessário que as iniciativas ambientais tenham incentivos económicos associados. Só assim se chegará a políticas ambientais sustentáveis, eficazes e justas.

Desde 2003 que na Alemanha se promove a reciclagem e moderação na utilização do plástico, alumínio e vidro através de estímulos. Por exemplo, cada garrafa de plástico paga 25 cêntimos a mais na compra, que são depois integralmente devolvidos após a utilização. Algo semelhante acontece com latas e garrafas de vidro, pelo que há um incentivo concreto a reciclar estes materiais. A abordagem não passar por proibir ou colocar impostos por garrafa ou lata, mas por estimular comportamentos corretos. O sistema tem alguns defeitos, mas centra-se nos incentivos e não na repressão ou taxação.

Em miúdo, ganhei os meus primeiros escudos a juntar os jornais e as revistas lá de casa para vender ao quilo no farrapeiro. Também devolvia todas as garrafas, algo que hoje é marginal e difícil de fazer. Pede-se aos portugueses que separem o lixo e coloquem nos ecopontos, mas esse esforço não é remunerado. Pretende-se obter comportamentos corretos, mas que na prática são uma oferta às entidades de reciclagem, públicas ou privadas. A eficácia dos processos de recolha seria muito maior se os portugueses fossem económica e justamente incentivados.