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Reclamações dirigidas às empresas de recuperação de dívidas aumentam no primeiro semestre

A análise da equipa do Portal da Queixa evidenciou o crescimento expressivo das reclamações ao longo dos últimos anos. Em comparação com o mesmo período, em 2018, o número total de reclamações do setor foi 234 e, em 2019, o total de queixas apresentadas nos primeiros seis meses foi 276, sendo que, no primeiro semestre de 2020, já foram contabilizadas 283.
9 Julho 2020, 16h53

Há cada vez mais portugueses indignados por, alegadamente, serem perseguidos por entidades de gestão de ativos para o pagamento de dívidas inexistentes ou prescritas. Segundo a análise do Portal da Queixa (PdQ), entre janeiro e junho foram feitas 283 reclamações referentes a este tópico.

As empresas com o maior número de queixas são a Intrum com 65,7% e a Whitestar Asset Solutions com 21,2%. Entre os principais motivos que geraram as reclamações na maior rede social de consumidores de Portugal, estão a dívida inexistente (34.3%), dívida prescrita (23.7%) e ameaças (17%).

A análise da equipa do Portal da Queixa evidenciou o crescimento expressivo das reclamações ao longo dos últimos anos. Em comparação com o mesmo período, em 2018, o número total de reclamações do setor foi 234 e, em 2019, o total de queixas apresentadas nos primeiros seis meses foi 276, sendo que, no primeiro semestre de 2020, já foram contabilizadas 283.

Para Pedro Lourenço, presidente-executivo do Portal da Queixa “ainda existe um enorme estigma relacionado com dívidas de crédito malparado, muitas vezes, por consequência de crises como a que vivemos atualmente, que é utilizado como arma psicológica para forçar os consumidores ao pagamento de montantes alegadamente indevidos, por vergonha de verem o seu nome na lista do Banco de Portugal”.

“Enquanto sociedade, devemos ser mais inclusivos ao criar novas soluções, que permitam a retoma dos consumidores na economia, ultrapassando os estigmas resultantes das dificuldades dos tempos de hoje”, acrescenta Pedro Lourenço.

Segundo identificou o Portal da Queixa nas reclamações registadas, muitas das alegadas dívidas cobradas pela Whitestar Asset Solutions, referem-se a valores remanescentes de créditos com instituições bancárias e financeiras, que são agora trazidas à luz do dia, com a justificação que foram vendidas pelos credores a fundos de gestão de ativos e por tal, são devidos mesmo que a uma entidade diferente. Contudo, alguns consumidores alegam que a empresa não fornece o ónus de prova que sustenta a veracidade da dívida, exigindo assim o pagamento de algo que não legitima.

A análise efetuada à resolução das reclamações refletiu também o lado positivo de outras marcas como a Indebt, que apresenta um elevado Índice de Satisfação (83.6%) e uma alta taxa de solução (70%). Por sua vez, a marca Intrum tem apenas 5% dos casos solucionados, tal como a Whitestar que regista igualmente uma taxa de solução muito baixa de 7%.

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