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Recuperação da economia dependerá do progresso na situação epidemiológica, alerta Governo

De acordo com o Ministério das Finanças, “a severidade da quebra da economia está bem espelhada no impacto que as três últimas semanas de março tiveram na evolução do PIB no primeiro trimestre”.
  • Cristina Bernardo
15 Maio 2020, 14h15

O Produto Interno Bruno (PIB) português sofreu uma quebra de 2,4% no primeiro trimestre deste ano, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativa às contas nacionais trimestrais, divulgadas esta sexta-feira, e tanto o órgão nacional de estatísticas como o Governo reconheceram que esta quebra deveu-se ao impacto da pandemia da Covid-19 no país.

De acordo com um comunicado divulgado esta tarde, o Ministério das Finanças afirma que a crise económica que se aproxima “não tem origem nem na economia nem no sistema financeiro” e sublinha que a recuperação “a economia nos próximos meses dependerá do progresso na situação epidemiológica e do êxito do levantamento gradual das medidas restritivas” que foram decretadas em Portugal em março mas que se encontram em fase de levantamento gradual desde o início deste mês.

“A severidade da quebra da economia está bem espelhada no impacto que as três últimas semanas de março tiveram na evolução do PIB no primeiro trimestre”, continua o comunicado.

De acordo com os dados históricos do INE, a queda homóloga é a maior desde o primeiro trimestre de 2013 (-3,6%), período marcado pela intervenção da troika. Em cadeia, esta é a maior contração desde, pelo menos, 1995, ano em que começa a série histórica. Anteriormente, a maior queda em cadeia tinha ocorrido no primeiro trimestre de 2009 (-2,5%) na altura da crise financeira.

O comunicado do Ministério de Mário Centeno reconhece ainda que nos últimos quatro anos, Portugal registou “um crescimento significativo do investimento, a estabilização do setor financeiro, o reequilíbrio das contas externas e a consolidação estrutural das finanças públicas que constituem bases sólidas para enfrentarmos esta crise melhor do que no passado”.

“É este percurso que procuraremos recuperar para oferecer confiança e estabilidade a todos os portugueses e reconstruir um futuro mais próspero, sustentável e inclusivo”, finaliza.

A quebra da procura interna, diz o INE, está associada “à diminuição do consumo privado e do investimento”. É a primeira vez que o consumo está em níveis negativos, desde o terceiro trimestre de 2013.

Quanto às exportações, o gabinete de estatística português aponta uma queda das exportações de 5,1%, enquanto as importações registaram uma redução de apenas 1,8%. Segundo o Ministério das Finanças, o comércio no espaço europeu representa “mais de 70% das exportações nacionais”.

Os dados de hoje do INE comparam com a informação divulgada pelo Eurostat, também esta sexta-feira. De acordo com o Eurostat, a economia da zona euro recuou no primeiro trimestre do ano 3,2% em termos homólogos e 3,8% em cadeia. Tratam-se das maiores quebras desde 1995 e 2009, respetivamente, segundo uma estimativa do gabinete de estatística europeu. Na União Europeia, o PIB diminuiu 2,6% na comparação homóloga e 3,3% na comparação com o quarto trimestre de 2019.

 

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