A rede Gira de bicicletas partilhadas, em Lisboa tem, desde o último fim-de-semana, novas estações no Saldanha e na Avenida Fontes Pereira de Melo.
Ao todo, são agora 409 bicicletas, dois terços das quais electricamente assistidas, colocadas à disposição dos utilizadores na cidade. A rede engloba agora 43 estações (Alameda dos Oceanos, Praça Duque de Saldanha, avenidas Fontes Pereira de Melo, António Augusto de Aguiar, Duque de Ávila, da República, Barbosa Du Bocage e do Brasil e ainda Campo Grande).
“Nos primeiros meses de 2018 prevemos que a rede de estações chegue às zonas do Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade e Baixa da cidade, bem como a Telheiras e à Frente Ribeirinha. Será também densificada (com mais estações e mais bicicletas) na zona de Alvalade (incluindo a Cidade Universitária), Avenidas Novas e Arroios onde já funciona ao dia de hoje”, antecipa o presidente da EMEL, Luís Natal Marques, ao Jornal Económico.
Após o piloto que decorreu durante o Verão o projecto arrancou comercialmente a 19 de Setembro. Desde esta data, foram registadas mais de 26 mil viagens e subscritos “mais de 2400 passes anuais”, disse o presidente da EMEL. As bicicletas fornecidas pela Órbita integram uma solução tecnológica desenvolvida pela Tekever, a More (model once run everywhere). Além do mais, integra com “mapas da Google e pretendemos a integrar com a plataforma WAZE, garantindo assim uma experiência de utilizador totalmente mobile e web-based”, explicou Natal Marques.
A EMEL faz um “balanço bastante positivo da iniciativa”, comprovado pelo “crescente número de viagens por dia”, relacionada não apenas com o incremento do número de bicicletas e estações, mas pelo “aumento do número de viagens que cada bicicleta faz por dia”, explica Luís Marques. Também a “avaliação que os utilizadores fazem das suas viagens, atribuindo um valor médio de 4,6 estrelas”.
Ao longo do tempo têm vindo a ser identificados aspectos a melhorar quer pela EMEL quer pelos utilizadores, que se consubstanciam em “pequenas correções e melhorias, tanto ao nível do hardware (bicicletas e estações) como do software (sistema de gestão e App)”.
Com apenas seis meses de existência, incluindo a fase piloto, os maiores desafios prendem-se, no entanto, com a “aprendizagem sobre os fluxos e padrões de utilização”, assinala o responsável. “Garantir a disponibilidade de bicicletas para iniciar viagem e docas livre para terminar viagens em cada uma das estações é um desafio que a operação deste sistema de transportes tem para responder”.
Tarifários ajustados
A empresa comercializa passes nas versões Anual e Mensal para utilizadores frequentes residentes em Portugal. O passe diário é vocacionado para turistas e para quem pretende experimentar o sistema sem compromisso. Aos valores dos passes, acrescem períodos com tarifários de utilização que têm como objetivo promover a realização de viagens pendulares.
A auscultação dos utilizadores parece estar a produzir mudanças. É o caso da redução do período de espera entre viagens que passou agora de 15 para cinco minutos, para os utilizadores regulares (passes anual e mensal). Também para estes dois passes, o tempo do primeiro período do tarifário aumentou de 30 para 45 minutos, assinalou o presidente da EMEL. Como forma de premiar os primeiros subscritores do serviço, a empresa vai alargar a isenção de pagamento do primeiro período de viagem por mais 3 meses, até ao final de março de 2018.
No caso do passe diário e como forma de potenciar a experimentação do sistema, o valor de subscrição baixou de 10 para dois euros por 24h até 31 de março e inclui o primeiro período de 45 minutos; o segundo período terá um valor de dois euros. O tempo de espera entre viagens baixou também para cinco minutos, em vez dos anteriores 30 minutos.
Vandalismo é marginal
Questionado sobre a resistência dos equipamentos e sobre o comportamento cívico das pessoas, Luís Natal Marques explicou que “as bicicletas e as estações/docas são bastante robustas e construídas para uma utilização intensiva”. A empresa aposta também, para garantir a fiabilidade do sistema, na “manutenção, preventiva e correctiva”. Finalmente o presidente assinala que “os episódios de vandalismo são muito pontuais e são sempre prontamente resolvidos pela operação/manutenção”. Em caso de roubo, “as bicicletas têm GPS e serão localizadas e recuperadas se necessário”.
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