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Regiostars 2020. Projeto português entre finalistas aos prémios da Comissão Europeia

Do lixo aos produtos de valor acrescentado através da inovação e em defesa da economia circular. Dar uma segunda vida ao lixo industrial que se acumula é a missão da startup desenvolvida na Universidade do Minho. A Fibrenamics Green está entre os finalistas aos prémios Regiostars 2020.
Fibernamics Green
Zouri
12 Outubro 2020, 11h00

A startup portuguesa Fibrenamics Green está entre os 25 finalistas aos prémios Regiostars 2020 da Comissão Europeia, na categoria “Crescimento Sustentável: economia circular para uma Europa Verde”, foi esta segunda-feira revelado.

A iniciativa, que começou em 2016, na Universidade do Minho, tem como missão dar uma segunda vida aos resíduos industriais que a União Europeia produz anualmente e que são considerados lixo como forma de impulsionar a economia circular em Portugal.

Ao Jornal Económico, Raul Fangueiro, professor da Universidade do Minho e coordenador da Fibrenamics Green, explica que o projeto surgiu numa altura “em que se sentiu uma uma necessidade de se criar uma plataforma que interligasse diversos agentes que pudessem dar uma resposta à não-valorização de resíduos industriais”.

“Aquilo que verificámos na altura, e continuamos a verificar é que muitos dos residuos indutriais não têm uma valorização enquanto novo material que pode dar origem a um novo pprduto inovador”, acrescentou.

Raul Fangueiro, Professor da Universidade do Minho e Coordenador da Fibrenamics Green.

Identificada a oportunidade, o projeto recebeu um financiamento de cerca de 600 mil euros por parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e com a ajuda de 20 investigadores, mais de 100 agentes empresariais parceiros e um Green Think Tank composto por 80 designers e arquitetos, nasceu um projeto que visa converter lixo em produtos de elevado valor acrescentado.

Para que esta missão seja cumprida, a equipa da Universidade do Minho recolhe resíduos vindos de quatro tipos diferentes de indústrias: resíduos fibrosos, do têxtil e calçado; resíduos minerais, da indústria mineira; resíduos plásticos do automóvel e do calçado; e resíduos de madeira, da indústria do mobiliário.

“No inicio começamos por trabalhar nesses, mas claro que agora já incorporamos outros tipos de resíduos como os de construção, demolição, pneus, cortiça”, refere, acrescentando que a plataforma é “elástica” e que por isso vai abrindo portas à incorporação de outros resíduos.

“Daí resultam as coisas mais díspares como candeeiros, mobiliário, calçado, revestimentos de paredes, revestimentos para chão, portas — enfim,” enumerou o responsável ao JE. “Surgem uma série de ideias que depois são avaliadas em termos de exequibilidade técnica, grau de inovação e a forma como se valoriza o resíduo”.

Questionado sobre se a acumulação deste tipo de resíduos abre uma porta de oportunidade a empresas, instituições, universidades e empreendedores que queiram impulsionas economia circular através da transformação pioneira de resíduos industriais em produtos de valor acrescentado, Raul Fangueiro confessa que tem “assistido a uma série de projetos e iniciativas neste âmbito, mas que acima de tudo, tem reparado numa crescente “consciencialização para a utilização destes resíduos industriais”.

O Fibrenamics Green já originou dois spin-offs: a SlateTec, que se dedica à produção de ‘ecocompósitos’, criada pela empresa Lousas de Valongo, para a valorização de resíduos produzidos na extração da ardósia; e a Givaware, que se dedica ao desenvolvimento de produtos, utilizando novos materiais sustentáveis de acordo com os princípios da economia circular.

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