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Regus: “Temos uma rede e infraestruturas poderosas para responder a clientes exigentes”

A REGUS ultrapassou há muito o conceito de fornecedor de espaços para escritórios físicos e virtuais. Jorge Valdeira, country manager da empresa em Portugal, diz que a companhia é um fornecedor de soluções de espaços de trabalho. Frisa que o investimento tem sido feito na infraestrutura técnica para responder às exigências dos clientes. O cartão […]
11 Junho 2015, 11h50

A REGUS ultrapassou há muito o conceito de fornecedor de espaços para escritórios físicos e virtuais. Jorge Valdeira, country manager da empresa em Portugal, diz que a companhia é um fornecedor de soluções de espaços de trabalho. Frisa que o investimento tem sido feito na infraestrutura técnica para responder às exigências dos clientes. O cartão Business World permite usar os “lounges” em todo o mundo e dá prioridade nos 700 escritórios do grupo espalhados pelo mundo. A REGUS está a alargar a rede de locais de trabalho. No futuro, será possível fazer reuniões nos aeroportos, centros comerciais ou nas estações de serviço das autoestradas. Este é o resultado de ser uma empresa global. Em termos de expansão, está previsto abrir um novo centro em Lisboa durante 2015.

Há muita tecnologia, novos serviços – há muito que a REGUS deixou de ser mero espaço físico. Falo de escritórios com tecnologia. O que foi feito?
Fundamentalmente, trata-se da evolução que nos leva a ser um fornecedor de soluções de espaços de trabalho, muito mais do que ter escritórios. Claro que, entre outras coisas, também temos espaço físico, também temos escritórios e também temos escritórios privados, e esse é talvez o ponto de partida: o escritório privado equipado que está disponível para amanhã e para o tempo que pretender. Se a necessidade para um compromisso é para um mês, será para um mês, se for para um ano, será para um ano e, em todas as respostas, não há necessidade de investimento. Basta trazer o computador e ligar – é esse o ponto de partida para um escritório partilhado, um serviço flexível com todas as outras “valências”, sem ter necessidade de gastar dinheiro com elas, tendo serviço de receção, atendimento, copa, salas de reunião disponíveis para quando precisar, sem ter de arrendar permanentemente. Mas, repito, esse é apenas o ponto de partida.
A REGUS pretende, e está a conseguir, evoluir em termos de ir mais além, em providenciar uma solução para trabalhar em termos de rede global para praticamente todo o tipo de necessidades que se possa ter, para todas as fases da vida da empresa e para todos os perfis empresariais. É essa a nossa ambição. Isso tem-nos feito crescer bastante porque temos de ter soluções em termos geográficos muito completas, não só em termos mundiais, de estar presentes em mais de 100 países como depois, dentro de cada uma das cidades, ter soluções em diferentes zonas onde os clientes queiram instalar-se.

Um cliente que tenha um contrato com a REGUS Portugal pode usufruir de um escritório em Londres ou Paris?
Um cliente com um escritório na REGUS Portugal tem a capacidade de alterar a sua localização física sempre que quiser. Se se mudar para Lisboa, Porto ou Londres, poderá mudar o escritório para aí.
Mesmo sem mudar de Lisboa, pode usufruir da rede toda porque repare que, se tiver o seu escritório aqui, terá os cartão “Business World”, que lhe permite utilizar os nossos “lounges” em todo o mundo e, quando se deslocar, terá sempre um espaço em todos os nossos centros, onde poderá trabalhar durante algumas horas, com todos os serviços e qualidades próprias de um cliente residente naquele centro, incluindo utilizar uma sala de reunião, um serviço de apoio administrativo que quiser como se estivesse em Lisboa. Poderá faze-lo amanhã em Xangai, depois em Lima e assim sucessivamente.
E alargar esta rede é o caminho. Isto leva-nos a outro tipo de oferta: já não são só os escritórios convencionais, são os espaços que ficam localizados em outro tipo de pólos de grande circulação, os “diagramas de set places” que são os aeroportos.
Dizemos que a casa da pessoa é a primeira localização e o escritório é a segunda e depois há terceiras localizações onde se pode trabalhar também, nomeadamente aeroportos, estações de comboios, áreas de serviço das autoestradas, centros comerciais, bibliotecas… Há uma série de variados espaços onde as pessoas que trabalham em movimento podem ter a necessidade de parar uma ou duas horas para enviar uns mails, fazer chamadas, imprimir documentos que vão utilizar numa apresentação a um cliente dali a pouco tempo ou mesmo fazer uma reunião no próprio espaço. Estamos a desenvolver cada vez mais essa rede para complementar os nossos escritórios e ter a possibilidade de proporcionar aos nossos clientes, em todas as circunstâncias, opções de trabalhar.

É uma rede de espaços físicos?
Sim.

Em Portugal, onde serão implementados esses espaços?
Neste momento, não temos nenhum a funcionar, mas serão dentro deste tipo de infraestruturas.

Quais são as próximas áreas de implementação?
Depende da necessidade dos clientes e das oportunidades que surgem. Neste momento, estaremos a avaliar quase uma dúzia de alternativas diferentes. Às vezes umas concretizam-se e outras não.

Os espaços da REGUS estão ocupados a 100%?
Temos uma taxa de ocupação muito elevada, mas o próprio conceito não permite ocupação total. Temos de ter sempre algum espaço disponível para um cliente que precisa da sala de reuniões, até mesmo para responder a situações pontuais. Temos muitos clientes internacionais que chegam a Portugal para os quais gostamos de ter uma alternativa. Temos ainda outros clientes que, mesmo estando em Portugal e sem serem nossos clientes, precisam de mudar de escritório. Ora, a REGUS é uma excelente solução para alguém que precisa de um espaço durante três meses para colocar a sua equipa enquanto termina o arrendamento de um escritório. Isso é muito frequente. Temos de ter sempre algum espaço disponível, mas o nosso nível de ocupação está muito próximo da totalidade.

Qual é o comparativo com Espanha, também funciona dentro do mesmo nível?
Não sei dizer-lhe o nível de ocupação, mas o princípio e a estratégia são os mesmos. A sede da REGUS internacional é no Luxemburgo, mas é uma empresa cotada em Londres e criada na Bélgica. É uma companhia criada por um empreendedor britânico que continua a ser o maior acionista da empresa.

Reparei que, nas atividades, tem a parte de “Recovery”, os chamados “Desastres”. Isso aplica-se muito à banca e seguros?
“Recovery” é uma necessidade que as empresas sentem para o caso de terem uma situação de calamidade e/ou de desastre. Há vários cenários que se podem justificar e precisam de um espaço imediatamente e têm um acordo que lhes permite acionar um certo número de locais de espaços de trabalho se a circunstância se colocar. Digamos que é uma espécie de um seguro uma necessidade para a qual as pessoas estão cada vez mais conscientes. Estamos, aliás, certificados para essa função. É um produto que permite às empresas ter essa segurança, permite-lhes também aceder a um certificado que a REGUS oferece.

A utilização da cloud e da big date tem sido uma aposta da REGUS Portugal?
Recorremos à cloud, temos em curso projetos de instalação dessa ferramenta que é, fundamentalmente, de segurança e à qual os clientes começam a dar valor para toda a infraestrutura de suporte de trabalho. Temos, para os nossos clientes, redes com acesso rápido “firewall” de alta qualidade. Aliás, faz sempre parte dos nossos procedimentos, quando temos novos ou potenciais clientes, mostrar-lhes toda a nossa infraestrutura técnica. Os nossos clientes são bastante exigentes, temos bastantes empresas tecnológicas, portanto, temos de assegurar e, quando necessário, reforçar a própria rede e infraestrutura, dado que alguns têm mesmo exigências muito específicas e desafiantes.

Embora a REGUS seja empresa global, foi atribuída à REGUS Portugal algum tipo de responsabilidade, nomeadamente na abertura de escritórios em Angola, Moçambique, nos países de língua portuguesa?
Diretamente não. Ao meu antecessor, foi-lhe atribuída essa tarefa e, neste momento, está na África austral, mas fisicamente sediado na África do Sul.

E é a partir daí que controla toda a África austral?
Não propriamente, mas um conjunto de mercados ali à volta nos quais, na maior parte dos casos, já abrimos alguns centros, como o Botswana, a Namíbia, e Moçambique, onde abrimos há um ano e  temos um espaço fantástico que é um bom contributo para a entrada das empresas portuguesas. Repare que nós somos, por vezes, a primeira porta no país e, em Moçambique, somos a segunda e terceira, porque é um espaço para onde as empresas naturalmente vão e, nesse sentido, somos muito importantes.
As empresas usam um escritório da REGUS num qualquer mercado como a sua primeira sede, encontram um escritório virtual e a sede delas é na REGUS, mesmo sem terem um escritório físico, e vão lá com a regularidade que necessitarem. Friso que o trabalho que está a ser feito na África austral já teve como fruto a abertura de um espaço em Maputo.

Em Luanda?
Neste momento não estamos. Falha a ser resolvida. Isso é feito pela região africana.

Este tipo de modelo de trabalho de escritórios virtuais com coworking tem resultados palpáveis junto das empresas, uma ferramenta para tornar a empresa mais rentável. Tem essa noção?
Temos e, note, este é um tipo de solução que, mesmo num momento de crise, é procurada porque há várias componentes que fazem a diferença. Desde logo, o facto de não ter a necessidade de investir, valorizado em empreses em fase de arranque, porque o investimento deve ser canalizado para aquilo que é o negócio da empresa, e não para infraestruturas que não produzem resultados diretos e assim, quando optam pela REGUS, não precisarem de investir em nada em termos de espaços de escritório. Mas talvez o maior de todos os trunfos seja a flexibilidade. Não há nenhuma empresa que tenha o espaço de escritório certo e adequado à sua organização, porque as organizações estão sempre a variar ao longo do tempo. Hoje precisam deste espaços, amanhã de outro e na REGUS podem crescer ou diminuir o espaço, consoante necessite e vão adicionando mais um módulo, mais uma peça consoante a dimensão e período de tempo no qual se querem comprometer.
As empresas evitam um conjunto de custos imponderáveis, caso de metros quadrados de rendas sem estarem a utilizar. Na REGUS, pagam o que utilizam.

Faz sentido a expansão da REGUS através de franchising ou será sempre de gestão própria?
A REGUS não tem muito franchising. Por vezes, trabalhamos com parceiros locais, gente muito integrada no tecido empresarial e, normalmente, é mais esse o caminho que seguimos quando não é uma entrada nossa a 100%. No caso do mercado português, conhecemo-lo razoavelmente bem. A REGUS chegou a Portugal há 20 anos, depois de surgir, há 25 anos, o primeiro centro na Bélgica. Em Portugal, somos o número 21 e temos mais de 3000 no mundo. O de Lisboa, na avenida da Liberdade, foi um dos primeiros centros e pertence à primeira fase da expansão. Sentimos muito conforto em Portugal e as cidades novas apresentam sempre algum tipo de desafio.

Dentro deste negócio, a REGUS lidera?
Sim. Temos 700 escritórios como este (Av. da Liberdade): um no Porto e seis em Lisboa. Os outros operadores com serviços de centros de escritórios são fundamentalmente independentes, não trabalham em rede internacional. Existem algumas redes a nível internacional, mas não é o mesmo tipo de solução que nós oferecemos.

A crise económica e imobiliário alteraram ao perfil da REGUS Portugal. Há novas formas de abordagem, novos negócios?
Há duas formas muito interessantes que nós sentimos: por um lado, o foco no mercado externo, exportação, notou-se muito. Há várias empresas que nos procuram para ter escritório virtual no Reino Unido ou espaço de trabalho em Maputo ou uma sala de reuniões em Xangai e esse tipo de trabalho das empresas portuguesas tem sido sempre constante. Por outro lado, temos um inverso também. Com crise ou sem crise, continuamos a ter um fluxo muito interessante de clientes estrangeiros que querem estabelecer-se em Portugal e, muitas vezes, vêm do seu país de origem através da REGUS ou contactam diretamente connosco. Temos empresas das mais variadas proveniências e não deixámos de as ter durante a crise, pode ter havido alguma alteração em termos de perfil geográfico de onde vêm, mas continuam a vir com muita regularidade e utilizam os nossos escritórios como ponto de entrada em Portugal. Às vezes mudam e outras vezes ficam para o resto da vida e temos multinacionais baseadas na REGUS que estão cá desde sempre. Muitas das vezes têm o seu escritório mesmo com uma organização já relativamente grande.

As gestoras imobiliárias fazem-vos concorrência neste setor?
Nenhuma. São nossos parceiros.

Eles também gerem edifícios de escritórios.
Sim, mas nós trabalhamos, fundamentalmente, em rede e parceria. Normalmente, os agentes imobiliários são uma das fontes de negócio para nós, porque eles sabem identificar a necessidade do seu cliente e encaminhá-lo para o sítio certo. Sabem igualmente que a REGUS é, para grande parte dos seus clientes, a solução certa.

Quais são os grandes objetivos para 2015?
Continuar a consolidar a rede e expandir em Portugal. Isso significa que estamos a entrar numa situação de maturidade com dois centros que abrimos há um ano e meio/dois anos atrás e até ao final do ano teremos novidades com novos espaços pelo menos em Lisboa, onde iremos fazer outra abertura.

Este negócio cresce a dois dígitos?
No nosso caso, cresce porque temos uma procura crescente e a oferta tem vindo a ser reforçada.

O serviço que oferecem é idêntico ou diferente ao que ofereciam há um ano ou dois anos?
O serviço padronizado, standards de serviço e qualidade são sempre os mesmos. Os preços dependem de vários fatores do serviço, não há diferença muito grande. Há um input muito importante que utilizamos que é o espaço de escritório: nós não somos donos deste local, nós também arrendamos. Os nossos preços refletem a realidade de mercado do imobiliário, porque é uma das componentes do nosso serviço, porque apesar de tudo nós continuamos a ter espaço incorporado no nosso serviço; logo, o escritório num Business District, onde preços de arrendamentos são elevados, será, naturalmente, também um pouco mais caro do que em outras localizações, onde a realidade do mercado e o custo de arrendar um escritório é também mais baixo. As coisas evoluíram muito de um ano para outro, dependendo da carteira dos centros e das suas localizações. Os preços têm um “range” muito grande, consoante do tipo de serviço que prestamos em cada situação, temos escritórios privados e partilhados e também temos o coworking.

Qual é o preço mais baixo para se estar no escritório virtual (entrada de gama) e o mais elevado?
25 euros mais IVA com apenas escritório com morada e com a localização específica que é a Torre de Monsanto, em Miraflores.
250 euros é o valor máximo, com escritório virtual com atendimento telefónico e utilização do espaço de um escritório privado/físico durante cinco dias por mês. Temos solução para quem não precisar de morada, se for apenas profissional móvel pode ter solução do nosso cartão “Business “World” e pode simplesmente usar a rede REGUS em todo o mundo com os nossos “Business Lounge”. Um profissional que esteja sempre em movimento ou que faça parte de organização grande e trate apenas da exportação e ande a viajar por todo o mundo pode ter esse cartão a um preço competitivo.

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