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Reino Unido: eleições com pouco impacto nas finanças públicas

A Generali junta-se ao numeroso conjunto de analistas que consideram que as eleições no Reino Unido vão ter um impacto mínimo nos indicadores da economia do país.
1 Julho 2024, 15h17

Após a primeira volta, as eleições francesas continuarão no foco de muitos investidores, mas Martin Wolburg, economista sénior da Generali AM, recorda que “também haverá eleições gerais no Reino Unido em 4 de julho e que, desde 2010, os conservadores governam o país”.

“No entanto, as sondagens mostram esmagadoramente que haverá uma mudança de um governo trabalhista de centro-direita para um governo trabalhista de centro-esquerda. As próximas eleições darão muito provavelmente aos trabalhistas uma maioria muito confortável”.

Com os atuais planos fiscais do governo, “o saldo primário deverá melhorar, mas como a taxa média da dívida pública provavelmente não acompanha o crescimento nominal do PIB, o rácio dívida/PIB deverá aumentar, atingindo 110% até 2029, de acordo com o FMI”, recorda o economista.

Os planos fiscais do Partido Trabalhista não parecem tão diferentes dos atuais, “sugerindo que a trajetória projetada da dívida não mudará significativamente. É evidente que, com uma enorme maioria, os trabalhistas poderão sentir-se tentados a prosseguir uma política um pouco mais expansionista do que a indicada no seu programa do governo”.

Mas Wolburg pensa “que a lição da crise do mini-orçamento Truss de 2022 foi aprendida e os investidores têm boas razões para se concentrarem mais no resultado das eleições francesas”. A ex-primeira-ministra Liz Truss quis avançar, recorde-se, com uma forte reforma das leis fiscais, que ia no sentido de diminuir substancialmente o IRS sobre os melhores salários e as grandes fortunas para, dizia, promover o investimento produtivo. A libra entrou imediatamente em stress e as críticas não se fizeram esperar – nomeadamente por parte do banco central de Inglaterra. As consequências também não se fizeram esperar: Liz Truss acabou mesmo por pedir a demissão, dando lugar ao atual governo liderado por Rishi Sunak, que em termos de perceção também não conseguiu ir muito além do ato falhado da sua antecessora.

“No entanto, a longo prazo, as perspetivas para o rácio da dívida poderão afetar o rating [da dívida do Reino Unido],  que é atualmente de AA pela Fitch e Moody’s e AA pela S&P”, conclui o economista da Generali.

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