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Reitores entregam “Agenda Política para o Ensino Superior” a Rio e Cristas. Leia aqui as medidas

Os reitores querem que os partidos assumam como prioridade o ensino superior e a ciência e incluam medidas sociais nos programas eleitorais para as legislativas de 6 de outubro.
  • Bruno Barbosa
25 Junho 2019, 17h00

Fontainhas Fernandes, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), também reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Rui Viera de Castro, reitor da Universidade do Minho, e Paulo Jorge Ferreira, reitor da Universidade de Aveiro, são recebidos terça-feira esta tarde, pelo presidente do Partido Social-Democrata, Rui Rio, no Porto, a quem entregam a “Agenda Política para o Ensino Superior”.

À mesma hora, em Lisboa, Maria de Lurdes Rodrigues, reitora do ISCTE-IUL, e Ana Costa Freitas, da Universidade de Évora, entregam o mesmo documento à líder do CDS-PP, Assunção Cristas.

A ronda pelos partidos iniciou-se esta segunda-feira, 24 de junho, com a visita à sede do Partido Comunista Português, em Lisboa. O documento do CRUP foi entregue a Jerónimo de Sousa pelos reitores do ISCTE, Maria de Lurdes Rodrigues, e da Universidade Nova de Lisboa, João Sàágua.

O Governo, o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda ainda não marcaram datas para receberem os reitores. O objetivo é que os partidos políticos assumam como prioridade o ensino superior e a ciência e acolham as metas traçadas pelos reitores e as incluam nos seus programas eleitorais para as legislativas de 6 de outubro.

A “agenda política de promoção do ensino superior” para a próxima década foi elaborada com base nas conclusões das três primeiras sessões da Convenção Nacional do Ensino Superior 2030, iniciada no início do ano no ISCTE. O documento tem como objetivo principal afirmar o ensino superior como uma prioridade nacional, dado ser a base do desenvolvimento económico do país e das regiões.

Cinco medidas de Ação Social para a próxima legislatura

  • Estender a ação social aos estudantes cujas famílias aufiram um rendimento anual, per capita, inferior a 8.890 euros, tomando como referência o salário mínimo. Em alternativa, propõe-se que seja estabelecido, como meta, abranger, no prazo da legislatura, pelo menos 30% dos estudantes – atualmente podem ser beneficiários de ação social os estudantes cujas famílias aufiram rendimentos anuais, per capita, inferiores a 7.925,87 euros, do qual beneficiam 21% dos estudantes do superior.
  • Instituir um mecanismo de diferenciação, por escalões, do valor das bolsas, para os estudantes cujas famílias aufiram um rendimento anual, per capita, entre os 4.717,90 euros e os 7.925,87 euros – atualmente situam-se neste intervalo de rendimento cerca de metade dos estudantes, recebendo todos igualmente a bolsa mínima, apesar da grande diferença de rendimentos.
  • Aumentar o montante da bolsa mínima para valores entre os 1.200 e os 1.500 euros. Atualmente a bolsa mínima tem o valor de 1.064 euros, isto é, igual ao da propina máxima nos cursos de licenciatura e mestrados integrados, não cobrindo qualquer outro tipo de despesa.
  • Reforçar os apoios sociais indiretos, concretizando o plano de alojamento dos estudantes do ensino superior e desenvolvendo iniciativas que melhorem os serviços de alimentação, de saúde e de prática desportiva.
  • Fazer os estudos e o planeamento necessários para, no prazo de dez anos, vir a definir os limiares de cobertura da ação social tendo por referência o rendimento médio das famílias em Portugal, transferindo progressivamente o financiamento da ação social para o Orçamento do Estado. Para a década 20/30, um programa político de melhoria e alargamento da ação social mais ambicioso deverá ainda ter em atenção questões relativas ao apoio económico aos adultos que acedem pela via dos “Maiores de 23 anos”, à dimensão dos agregados familiares e ao número de estudantes (adultos e jovens) em cada família.
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