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Relatório do CRL: Diminuição do desemprego entre 2013 e 2018 foi superior ao aumento do emprego

Relatório sobre Emprego e Formação, do Centro de Relações Laborais, indica que a diminuição do desemprego entre 2013 e 2018 foi superior ao aumento do emprego, devido ao “crescimento modesto do produto” e à “forte emigração dos anos 2011 a 2015”. Não obstante, a taxa de emprego chegou aos 55% em 2018, valor mais elevado dos últimos nove anos.
3 Julho 2019, 07h40

De acordo com o Relatório sobre Emprego e Formação referente a 2018, concebido pelo Centro de Relações Laborais (CRL) e apresentado ontem no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – com a presença do secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita -, “a diminuição do desemprego, em Portugal, no período 2013 a 2018 (-491 mil) foi superior ao aumento do emprego no mesmo período (+457 mil), explicando-se esta diferença pelo crescimento modesto do produto e pela forte emigração dos anos 2011 a 2015, visível na redução da população ativa em 189 mil efetivos nesse período”.

Por outro lado, o emprego atingiu em 2018 o volume mais elevado dos últimos nove anos, com 4,63 milhões de pessoas empregadas, alcançando uma taxa de 55% que superou mesmo a taxa de emprego da União Europeia. Segundo o relatório do CRL, o emprego em Portugal englobou mais 105 mil indivíduos no ano passado. O aumento do emprego foi mais acentuado relativamente às mulheres e não foi homogéneo entre os diferentes escalões etários. Verificou-se uma diminuição do emprego no escalão etário dos 35 aos 44 anos e uma variação positiva nos escalões mais jovens, dos 15 aos 24 anos (+5%) e no grupo etário dos 55 aos 64 anos (+6,4%).

O mesmo relatório destaca também que a uma maior escolaridade corresponde, em média, uma taxa de emprego mais elevada, pois em 2018 a taxa de emprego dos indivíduos com o ensino básico era de 42,2%, a taxa de emprego dos indivíduos com o ensino secundário era de 68,7% e a taxa de emprego dos indivíduos com o ensino superior era 78,7%. Entre 2017 e 2018, os contratados sem termo cresceram 2,8%, um pouco mais do que os contratados a termo que aumentaram 2,4%. No Continente, 78% dos 3.859,6 mil trabalhadores por conta de outrem tinham contratos sem termo, 18,3% tinham contratos a termo e 3,6% tinham outro tipo de contratos (sazonais, ocasionais e de prestação de serviços).

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Ao nível setorial, a população empregada nos serviços (68,8% do total) cresceu 2,7%, um pouco mais que a população empregada na indústria, construção, energia e água (25,4% do total) que cresceu 2,6%. O emprego na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca representava 5,8% do total, e registou um decréscimo de 3,7% face a 2017. No setor dos serviços, as áreas que mais cresceram foram a educação (mais 33,6 mil pessoas) a Administração Pública e Defesa, Segurança Social (mais 25,9 mil pessoas) e as atividades de saúde humana e apoio social (mais 11,9 mil pessoas).

Em 2018 estavam desempregados, no Continente, 6,9% dos ativos, menos 1,9 pontos percentuais que em 2017. Esta diminuição permitiu a aproximação da taxa de desemprego à média europeia, tendência que se verifica desde 2013, sendo que, em 2018, a taxa em Portugal era apenas 0,1 pontos percentuais superior à média europeia. Em 2018, no Continente, estavam desempregadas 343,5 mil pessoas, o que corresponde a um decréscimo de 21,6% (menos 94,5 mil) relativamente ao ano anterior. As mulheres representavam a maioria dos desempregados (52,6%).

No ano passado, 41,7 mil pessoas (12,1%) estavam à procura do primeiro emprego e 87,9%, 301,6 mil pessoas, estavam à procura de novo emprego. Os desempregados à procura de novo emprego que provinham do setor dos serviços eram 71,2% do total, os desempregados oriundos da indústria, construção, energia e água, constituíam 25,6% e os desempregados provenientes da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, 3,1%. O número de desempregados de longa duração diminuiu 30,5% relativamente a 2017, passando para os 174 mil.

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