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Renováveis em Portugal valem investimento superior a 650 milhões de euros e criam 4 mil empregos diretos

“O crescimento do setor renovável contribuiu para a redução da dependência energética externa do país, tendo esta ficado pelos 80% em 2017, quando em 2007 havia atingido os 83%”, dizem.
24 Junho 2019, 18h18

A APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis realizou uma conferência na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto com o tema “A Energia Eólica – Presente e Futuro”, remetendo para as comemorações do Dia Mundial do Vento.

Na conferência falou-se sobre os desafios da penetração das renováveis no sistema elétrico nacional, na situação das renováveis na política energética e no Plano Nacional de Energia e Clima para 2030, bem como os desafios que a tecnologia enfrenta na concretização das metas estabelecidas.

Durante a conferência da APREN apresentaram-se projeções para uma descarbonização mais eficaz da economia, motivando as perspetivas para as energias eólica e fotovoltaica. O debate contou com a participação de especialistas da rede elétrica, académicos que estudam a área, empresas e as autoridades locais.

Através de um investimento superior a 650 milhões de euros, as renováveis criaram perto de quatro mil empregos diretos e 51 mil empregos indiretos. Entre 2010 e 2017, as exportações de componentes resultantes do cluster industrial desenvolvido atingiram os 278 milhões de euros por ano, enquanto em 2017 se exportaram cerca de 400 milhões de euros.

“O crescimento do setor renovável contribuiu para a redução da dependência energética externa do país, tendo esta ficado pelos 80% em 2017, quando em 2007 havia atingido os 83%”, dizem.

Na conferência destacou-se ainda a redução dos custos de equipamento e construção, a operação e manutenção, além do incremento da potência e eficiência dos novos aerogeradores. A evolução dos custos de financiamento de projetos também foi um dos temas e assinalou-se as diferenças dos custos de financiamento referentes aos merchant e aos leilões, no caso espanhol.

Para o PNEC 2030, o sistema eletroprodutor deve chegar a uma capacidade instalada de 30 Gigawatts, mais 15 GW face a 2015, sendo que a eletricidade consumida terá uma incorporação de renováveis na ordem dos 80%.

Para esta transição energética prevê-se que, durante a próxima década, a produção através do carvão desapareça (de 1,6 GW para zero) e que a produção fotovoltaica ganhe maior impacto (de 0,7 GW para 9 GW).

Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN, diz que Portugal “está no caminho certo”, por ter definido as metas “ambiciosas” que constam no PNEC 2030, no que se refere à contribuição determinante da eletricidade renovável e da eletrificação dos consumos para a descarbonização da Economia Nacional.

“A eletricidade gerada com tecnologia eólica tem um papel fundamental na matriz de geração de eletricidade renovável. A transição energética em que estamos a entrar precisa da participação de todas as tecnologias, por forma que se consigam alcançar as metas do PNEC em termos de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis”, sustentou Pedro Amaral Jorge.

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