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Repsol produz pela primeira vez biocombustível para aviões

A petrolífera espanhola também desenvolverá alternativas que permitirão obter combustível para aeronaves a partir de resíduos, avançando no compromisso de ser uma empresa com zero emissões líquidas de CO2 em 2050.
3 Agosto 2020, 20h32

A Repsol produziu o primeiro lote de ‘biojet’ (biocombustível) no mercado espanhol no Complexo Industrial em Puertollano, tornando-se pioneira no fabrico deste combustível sustentável para a aviação.

“O primeiro lote tem sete mil toneladas de combustível de aviação com um componente biológico, cuja utilização impedirá a emissão de 440 toneladas de CO2 [dióxido de carbono] na atmosfera, o equivalente a 40 voos entre Madrid e Barcelona”, adianta a petrolífera espanhola, acrescentando que o “‘biojet’ produzido passou nos exigentes testes estabelecidos para este tipo de produto e o seu fabrico será estendido a outras instalações da Repsol em Espanha”.

“A empresa também desenvolverá alternativas que permitirão obter combustível para aeronaves a partir de resíduos”, adianta a empresa, adiantando que “a Repsol avança no compromisso de ser uma empresa com zero emissões líquidas em 2050”.

De acordo com os responsáveis da petrolífera, “a produção de ‘biojet’ foi realizada no Complexo Industrial Repsol em Puertollano (Ciudad Real) e continuará com o fabrico de mais lotes de biocombustível para aviação noutros complexos industriais do grupo em Espanha, incluindo iniciativas em que sejam obtidos biocombustíveis a partir de resíduos.”

“O primeiro lote, feito a partir de biomassa, consiste em 7.000 toneladas de combustível de aviação – o equivalente ao consumo de 100 voos entre Madrid e Los Angeles – e passou nos exigentes testes exigidos para estes produtos. Possui um conteúdo biológico inferior a 5% para responder aos requisitos de qualidade estabelecidos por especificações internacionais e a sua utilização impedirá a emissão de 440 toneladas de CO2 na atmosfera, o equivalente a 40 voos Madrid-Barcelona”, esclarece o referido comunicado.

A Repsol acrescenta que, “em Espanha, o ‘Plano Nacional Integrado de Energia e Clima’ reconhece que os biocombustíveis constituem, atualmente, a tecnologia renovável mais amplamente disponível e utilizada nos transportes”.

“Para a aviação, o ‘biojet’, obtido a partir de biomassa ou resíduos, é a única alternativa nos dias de hoje e está incluído na lista de combustíveis sustentáveis”, assinala o comunicado da petrolífera, adiantando que, “dada a importância dos biocombustíveis na redução de emissões, a Repsol começou a trabalhar há alguns anos em diferentes soluções de baixa pegada de carbono aplicadas aos transportes”.

“A promoção de biocombustíveis, em conjunto com a geração de eletricidade renovável, os combustíveis sintéticos, o hidrogénio verde, o autoconsumo e a economia circular, são alguns dos pilares da Repsol para atingir a meta de neutralidade de carbono até 2050”, assume a empresa espanhola.

“No caso deste ‘biojet’, foram realizados testes para determinar a matéria-prima mais adequada, com o objetivo de responder aos exigentes requisitos do ‘Jet A1’, em termos de comportamento a baixas temperaturas e controlos adicionais de qualidade. Além disso, vários testes foram realizados para determinar a concentração mais adequada de biocombustível”, sublinha a petrolífera.

Os responsáveis da Repsol recordam que, a 2 de dezembro, a empresa anunciou que estava a orientar a sua estratégia de ser uma empresa com zero emissões líquidas em 2050, seguindo o Acordo de Paris, “tornando-se a primeira no setor a assumir esse objetivo ambicioso”.

“A empresa reduzirá o seu indicador de intensidade de carbono em 3% este ano, em comparação com a base de 2016, reduzirá as emissões de CO2 em todos os negócios e aumentará significativamente a capacidade de geração renovável”, garante o referido comunicado, acentuando que “a Repsol focou a economia circular como ferramenta para o uso eficiente dos recursos e destacou que pretende duplicar a produção de biocombustíveis de alta qualidade, a partir de óleos vegetais (HVO), para 600.000 toneladas por ano em 2030, das quais metade será produzida antes de 2025 a partir de resíduos”.

A Repsol acaba de anunciar ainda que vai lançar dois grandes projetos industriais de descarbonização na refinaria Petronor, em Bilbau.

“O primeiro projeto consiste na construção de uma das maiores centrais elétricas do mundo para a produção de combustíveis com zero emissões líquidas de CO2 e hidrogénio verde, gerados com energia renovável. Será uma instalação de referência na Europa pela sua tecnologia avançada e pelo uso, como matéria-prima, do CO2 capturado na refinaria de Petronor. O segundo projeto é uma central de geração de gás a partir de resíduos urbanos, que substituirá parte do consumo de combustíveis tradicionais utilizados no processo de produção da Petronor”, conclui o referido comunicado.

 

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