Num momento em que o mundo se está a reinventar e reinterpretar, cabe aos grandes líderes mundiais terem a audácia de desbravar os trilhos contornados pela incógnita da incerteza, ocupando a reflexão com um objetivo suficientemente colossal e uníssono para toda a humanidade.

A prioridade recai, para os grandes responsáveis, em assegurar e incorporar os vários compromissos corporativos em planos estruturais sustentáveis, recorrendo, caso seja necessário, aos mecanismos disponíveis para o efeito, como os instrumentos financeiros assegurados pelo Governo, de modo a cumprir-se um propósito e missão.

Reforçando a vertente humana, cabe às organizações proteger, acima de tudo, a saúde dos seus colaboradores e parceiros. Através do teletrabalho ou, não sendo isso possível, seguindo um rigoroso plano de contingência, o trabalho preventivo tem que ser priorizado nos processos de reorganização de todas as estruturas laborais.

Com este princípio base assegurado, cada setor deve encontrar a sua própria oferta de valor para conseguir apoiar, paralelamente, a sociedade nesta fase especialmente difícil. Temos assistido, ao longo dos últimos tempos, devido à escassez de materiais de primeira necessidade, à movimentação de várias empresas que reestruturaram as suas produções para fornecer esses produtos às instituições prioritárias.

Por outro lado, temos visto várias empresas de serviços que colocaram à disposição do público as suas valências de forma gratuita, como os meios de comunicação que abriram as suas páginas de informação online, as empresas de alojamento que colocaram à disposição quartos para profissionais de saúde, entre muitos outros casos.

Cada instituição deverá, portanto, definir o que poderá ser a sua mais-valia para combater esta crise numa sociedade que impõe que as empresas estejam, por um lado, à altura do desafio de se manterem “vivas” e, por outro, que associem o seu core business a uma proposta de responsabilidade social assertiva e profícua. Este será um legado que irá ser recordado por todos os seus círculos de relações – atuais e futuros.

Importa recordar que estas convicções deverão estender-se a colaboradores, parceiros, fornecedores ou outros intervenientes diretos que poderão ser afetados pela inesperada falta de receitas. As empresas não funcionam de forma solitária e ter uma estratégia de responsabilidade social sólida poderá reforçar as relações com todo o ecossistema, produzindo assim um impacto positivo na sociedade que é a responsável pela licença social e que, no final de contas, é quem detém a última palavra.

Atuar rápida e conscientemente, com base em princípios inabaláveis, transmitirá uma imagem institucional na qual a maioria das pessoas se revê, reforçando os laços de confiança entre a instituição e comunidade envolvente. Através de uma visão assertiva de comportamentos institucionais, as empresas poderão, e deverão, comunicar de forma clara o seu papel social demonstrando compromisso e confiança.

Estes comportamentos não transferem apenas retorno a nível externo. A nível interno, os colaboradores das empresas que adotem posturas socialmente responsáveis também assumem uma maior realização pessoal e profissional, tal como, no inverso, as organizações que assumam comportamentos moralmente reprováveis irão desencadear sentimentos controversos e nefastos nos mesmos.

A responsabilidade social é uma ação voluntária mas que merece ser encarada como um dever por qualquer empresa que queira deixar um legado de impacto participativo e positivo no seu território de atuação. Há várias ações que, embora simples, desencadeiam reflexos muito abrangentes e positivos, como interferir com a sustentabilidade ambiental, a qualidade de vida das comunidades ou o bem-estar social.

Implementar ações exclusivas, nas quais a sociedade em geral sinta o impacto de uma boa estratégia de comprometimento social, vai fazer com que a opinião pública reaja de forma mais construtiva e otimizada. Ao estabelecer um forte compromisso com a sustentabilidade, qualquer empresa já se destaca da concorrência e ganha vantagem, subindo no ranking reputacional de uma forma mais consistente.

Investir em planos capazes de fazer a diferença e comunicar eficazmente estes comportamentos diferenciadores é uma aposta para o incremento da notoriedade e credibilidade perante uma sociedade ávida de ações nas quais se revejam ou nas quais encontrem um modelo a seguir.