O que explica a subida do preço do petróleo?
Duas instalações petrolíferas da Saudi Aramco, a companhia petrolífera estatal da Arábia Saudita, foram atacadas no dia 14 de setembro pelos houthis, um grupo xiita do Iémen pró-Irão (a Arábia Saudita é sunita).
Trata-se das instalações de Abqaiq, que processa o crude da plataforma de Ghawar e que depois o exporta para os terminais do Golfo Pérsico e do Mar Vermelho, e da instalação de Kurais.
A Arábia Saudita é o maior produtor mundial de petróleo mas os ataques tiveram um impacto profundo na produção do “ouro negro”, reduzindo a sua capacidade produtiva em 50%.
A produção saudita caiu de 9,8 milhões barris por dia para 4,1 milhões, o que representa uma quebra de 5% da oferta de “ouro negro” a nível mundial.
Com menor produção de petróleo, os preços tendem a subir.
Quanto subiu o preço do petróleo?
Na manhã desta segunda-feira, no horário europeu, o barril de Brent, que é a referência mundial e para a Europa, registou a maior subida desde a Guerra do Golfo, em 1991, ao disparar 20%, chegando a negociar nos 71,95 dólares.
Mas o ritmo da subida do preço do crude baixou de ritmo, desacelerando durante a sessão. Ainda assim, o Brent continua a valorizar mais de 11%, acima dos 66 dólares.
No entanto, os analistas estimam que o Brent poderá chegar aos 100 dólares se a Arábia Saudita não conseguir retomar a produção.
Como reagiram os mercados à subida do preço do petróelo?
Mal. O petróleo tem um enorme impacto económico. Na Europa e nos Estados Unidos, os índices bolsistas abriram todos a desvalorizar.
Quando vai a Saudi Aramco retomar a capacidade produtiva?
No domingo, representantes da petrolífera disseram que a reposição da produção poderia demorar semanas, mas esta segunda-feira, a “Agência Reuters” fala em meses.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está a averiguar o impacto mas disse que, por enquanto, ainda é cedo para determinar se deve tomar medidas no sentido de aumentar a produção de petróleo – o que iria baixar os preços – ou agendar uma reunião.
Portugal já reagiu ao ataque?
Sim. Em comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros condenaram de forma veemente o ataque perpetrado nas instalações da Saudi Aramco.
Em comunicado enviado às redações esta segunda-feira, o ministério liderado por Augusto Santos Silva, disse que os “sucessivos ataques em solo saudita sobre infraestruturas civis” são motivo de preocupação e que foram perpetrados “em clara violação do Direito Internacional e dos esforços pela segurança regional no Golfo”.
A subida dos preços do petróleo significa uma subida dos preços dos combustíveis em Portugal?
As petrolíferas a operar em Portugal rejeitam que os preços dos combustíveis no mercado nacional venham a subir uma subida abrupta devido ao disparar dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
“Uma coisa é certa: hoje em dia os mercados internacionais estão mais bem apetrechados para lidar com este tipo de choques. Não haverá nenhuma crise de abastecimento, não vai faltar petróleo no mercado, mas é óbvio que isto causa nervosismo nos mercados financeiros e era natural que houvesse uma subida de preços hoje. Queremos acreditar que não será muito duradoura e que se irá esbater ao longo dos próximos dias e não venhamos a sofrer um impacto muito grande”, disse hoje António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro).
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