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Retalho português terá perdido 13 mil milhões por fraude

O Adyen Index: Retail Report 2024 revela que 45% das empresas de retalho a nível mundial foram vítimas de um ciberataque ou de uma fuga de dados só no último ano.
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8 Abril 2024, 13h01

A Adyen, plataforma global de tecnologia financeira preferida das principais empresas mundiais, divulgou um novo estudo – Adyen Index: Retail Report 2024 – que revela os milhares de milhões que o sector retalhista mundial perde anualmente graças à fraude.

Em colaboração com o Centre for Economic Business and Research (Cebr), a Adyen concluiu que o sector do retalho mundial perdeu 398 mil milhões de euros devido a fraude em 2023. No total, as empresas portuguesas perderam 13 mil milhões de euros para ataques fraudulentos, com destaque para os retalhistas do sector da moda de luxo com quatro mil milhões e os retalhistas de artigos de desporto e outdoors com perdas no valor de 2,7 mil milhões.

No total, quase metade das empresas globais (45%) foram vítimas de atividades fraudulentas, ciberataques ou fugas de dados nos últimos 12 meses, o que aumentou 32% em comparação com os números de 2022.

O Adyen Index: Retail Report 2024 concluiu que as empresas portuguesas que previam aumentar as suas receitas, em 100% ou mais em 2024, também perderam um montante mais elevado devido a fraude nos últimos doze meses no valor de 3.477.800.000 euros (quase 3,5 mil milhões de euros). A Adyen adverte que o crescimento rápido deve ser acompanhado das tecnologias corretas para proteger a empresa e os clientes.

A atividade fraudulenta está também a afetar a carteira dos compradores a nível mundial, com 35% a serem vítimas de fraude nos pagamentos no último ano, em comparação com 23% de vítimas em 2022. A fraude nos pagamentos acontece quando um burlão rouba o número do cartão de crédito ou de débito de alguém, ou os dados da conta corrente, e utiliza essa informação de pagamento para efetuar uma compra não autorizada.

Dos consumidores que foram vítimas de fraude em pagamentos em 2023, 428,18 euros foi o valor médio perdido por pessoa em Portugal – um aumento de 186% comparado com a última pesquisa realizada pela Adyen em 2023.

No entanto, apesar do aumento significativo de fraude, 53% das empresas nacionais afirmaram ter sistemas eficazes de prevenção de fraude em vigor – uma diminuição de 6 pontos percentuais em comparação com o ano passado (59%).

O risco de fraude afetou o comportamento dos consumidores nacionais, tanto nas compras em loja como online. De facto, 28% sentem-se mais inseguros quando fazem compras hoje em comparação com há dez anos. Isto acontece devido ao aumento do risco de fraude nos pagamentos.

Neste seguimento, 28% dos consumidores optam ativamente por fazer compras em lojas com medidas de segurança mais rigorosas. Quando fazem compras online, 19% dos consumidores  gostam quando os retalhistas lhes pedem para verificar a identidade, pelo menos, através de duas formas diferentes antes de efetuarem uma compra.

Os retalhistas estão a explorar ativamente a melhor forma para responder à crescente ameaça de fraude, com o objetivo de se protegerem a si próprias e aos seus clientes.

No caso de Portugal, 34% das empresas consideram a possibilidade de mudar o seu prestador de serviços de pagamento para um que ofereça melhores métodos de defesa contra fraude.

Já a nível global, 55% das empresas inquiridas começaram a considerar a forma como podem cumprir a Diretiva dos Serviços de Pagamento 3 (DSP3) – uma diretiva da UE que estabelece regras mais rigorosas para proteger os direitos dos consumidores e as informações pessoais no sector financeiro.

“A fraude é um desafio constante para os retalhistas e os resultados de hoje demonstram como pode ter um impacto significativo nos lucros”, afirma Roelant Prins, CCO da Adyen. “Os criminosos estão a aplicar métodos cada vez mais sofisticados quando atacam empresas ao servirem-se da IA, pelo que é fundamental investir nos mecanismos de defesa certos para proteger a empresa e os clientes.”

“Não existe uma solução única para a defesa contra a fraude, uma vez que a estratégia terá de ser adaptada com base no modelo de negócio e nas plataformas utilizadas por cada empresa. Com a tecnologia implementada, como é o caso das soluções com recurso a machine learning, os retalhistas devem ser capazes de reconhecer clientes genuínos e detetar atividades fraudulentas nos seus canais de vendas.”

Para Roelant Prins, “o machine learning é um grande aliado para analisar dados globais. Ajuda a controlar novas atividades fraudulentas e garante a proteção da empresa em tempo real. Utilizamos tecnologia avançada combinada com normas de risco personalizáveis para proteger os retalhistas e os seus clientes – bloquear a fraude, evitar litígios e manter-nos a par das últimas tendências em matéria de segurança nos pagamentos é uma prioridade.”

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