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Reunião do Infarmed regressa com o foco no desconfinamento

Especialistas deverão apresentar critérios para a reabertura de atividades económicas e sociais, mas também as “linhas vermelhas” que poderão levar a futuros confinamentos.
8 Março 2021, 07h45

A 17.ª apresentação da situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal vai decorrer na manhã desta segunda-feira no auditório do Infarmed, em Lisboa, novamente em formato de videoconferência, sob o signo do plano de desconfinamento que o primeiro-ministro António Costa prometeu ir apresentar nesta quinta-feira, precisamente o dia em que está agendada a próxima renovação do estado de emergência na Assembleia da República.

Depois de algumas notícias divulgadas nos últimos dias, com o “Expresso” a avançar que o plano não terá, ao contrário do que sucedeu no final da primeira fase da pandemia, uma calendarização específica e definitiva da reabertura das atividades que se encontram paralisadas pelo confinamento, e o “Correio da Manhã” a garantir que o regresso ao ensino presencial começará a 5 de abril para as crianças até 12 anos e em maio para os alunos do secundário, com o comércio de rua a abrir portas no estado de emergência seguinte, as expectativas quanto à reunião do Infarmed estão elevadas.

No seu espaço de comentário na SIC, Marques Mendes revelou neste domingo que a sessão epidemiológica servirá para apresentar dois planos, cabendo a Raquel Duarte e Óscar Felgueiras explicar os critérios para um processo de desconfinamento que se prolongará ao longo de seis meses, podendo avançar na próxima semana a abertura das creches, ensino pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico, admitindo-se a hipótese de o mesmo suceder ainda antes da Páscoa ao comércio de rua, cabeleireiros e barbeiros.

Segundo o antigo ministro social-democrata, também será apresentado no Infarmed um documento, elaborado pelos epidemiologistas Manuel Carmo Gomes e Baltazar Nunes, no qual se estabelecerão “linhas vermelhas” com vista a futuros confinamentos que se tornem necessários perante a evolução da pandemia.

Por seu lado, o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas aproveitou o seu espaço de análise na TVI para garantir que os números mais recentes se encontram na “linha do desejável” no que toca a casos de Covid-19, a óbitos e aos internamentos em unidades de cuidados intensivos. No entanto, ressalvou que o índice de transmissibilidade do novo coronavírus SARS-CoV-2 foi subindo nos últimos dias, aproximando-se do 1, e referiu-se ao “número anormalmente baixo de testes” que estão a ser realizados. Ao ponto de comentar que as novas normas emanadas da Direção-Geral de Saúde “ainda não migraram para a realidade”.

Nesse sentido, um sinal evidente de que o Governo se prepara para reabrir as escolas ocorreu neste domingo: o Conselho de Ministros aprovou por via eletrónica uma resolução que autoriza a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e o Instituto da Segurança Social a realizar despesa até 19,8 milhões de euros na aquisição de serviços de realização de testes rápidos de antigénio em estabelecimentos de educação e ensino e em respostas sociais de apoio à infância do sector social e solidário.

Os últimos dados da Direção-Geral de Saúde apontam para 1.414 internados e 354 em unidades de cuidados intensivos, o que continua a superar os valores que o Presidente da República indicou como ideais para o desconfinamento. Sobretudo nos casos mais graves, pois Marcelo Rebelo de Sousa apontou em fevereiro que seriam preciso descer para “perto de um quarto” dos mais de cinco mil internados e mais de 800 em cuidados intensivos que então existiam em Portugal.

Também debatido deverá ser o andamento do processo de vacinação contra a Covid-19 em Portugal. Neste momento existirão 291.983 portugueses que já receberam as duas doses da vacina.

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