[weglot_switcher]

‘Deepfakes’. Protótipo recorre à inteligência artificial para marcar nova era da informação digital

O conceito da aplicação centra-se em pegar na informação de jogos de futebol em direto e, através de algoritmos, criar um vídeo onde um pivôt artificial vai relatando o que acontece, à semelhança do que os meios de comunicação desportivos fazem no acompanhamento das informações minuto a minuto – transformando o leitor em telespetador.
13 Fevereiro 2020, 07h30

A agência Reuters estabeleceu uma parceria com a startup Synthesia com o objetivo de utilizar a tecnologia conhecida como deepfakes para automatizar a forma como é transmitida a informação. Segundo a agência, o objetivo do projeto é perceber as potencialidades da tecnologia na interpretação e transmissão da informação em tempo real.

O conceito da aplicação centra-se em pegar na informação de jogos de futebol em direto e, através de algoritmos, criar um vídeo onde um pivôt artificial vai relatando o que acontece, à semelhança do que os meios de comunicação desportivos fazem no acompanhamento das informações minuto a minuto – transformando o leitor em telespetador.

Para recriar o pivôt, a Reuters e a Synthesia recorrem à tecnologia conhecida como deepfakes para captar e retransmitir, de forma mais real possível, a voz e a imagem de um dos seus apresentadores, com o objetivo de o “clonar” digitalmente e conseguir que este faça o relato dos vários jogos que acontecem em simultâneo através da informação que entra na aplicação na forma de texto.

Ainda assim, a Reuters apressou-se a explicar que este é apenas um protótipo e não um recurso que necessariamente pretenda implementar no futuro.

Nick Cohen, Reuters global head of product and core news services, referiu em comunicado que “há muito tempo que a Reuters está na vanguarda da exploração do potencial de novas tecnologias para fornecer notícias e informações.” Acrescenta ainda que “este tipo de protótipos ajuda-nos a entender como é que a Inteligência Artificial e os media sintéticos podem ser combinados com os nossos feeds de fotografia e relatórios em tempo real para criar novos tipos de produtos e serviços.”

Este é o primeiro exemplo de que há registo do uso da tecnologia deepfakes para fins que não os de denegrir a imagem de alguém, ou para espalhar falsa informação – as chamadas fake news. Este protótipo poderá abrir novas possibilidades para o ciberjornalismo e marcar a nova era da informação digital.

Segundo o Business Insider, o termo deepfakes teve origem a partir de um utilizador do Reddit, cujo nome de utilizador é precisamente ‘deepfakes’. Este utilizador confirmou ter desenvolvido um algoritmo de aprendizagem autónoma (machine learning algorithm – termo em inglês) que o ajudou a transpor rostos de celebridades em vídeos pornográficos.

O conceito rapidamente ficou popular e foi uma questão de tempo até várias pessoas terem acesso a esta tecnologia. Um dos vídeos mais populares em que podemos ver esta tecnologia em ação, utiliza a imagem de Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, criada totalmente do zero, veja aqui.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.