O mandato de Mário Centeno no Banco de Portugal terminou no sábado e a decisão do Governo sobre o sucessor de Mário Centeno deverá ser revelada esta quinta-feira, 24 de julho, após a reunião do Conselho de Ministros. Luís Montenegro explicou numa entrevista à Antena 1 que preferiu deixar passar o debate do Estado da Nação e só depois anunciar a decisão.
Álvaro Santos Pereira é quem vai suceder a Mário Centeno. O nome do atual economista-chefe da OCDE foi avançado pela primeira vez pelo Jornal Económico.
Foi ex-ministro da Economia e do Emprego e é economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), desde 1 de junho deste ano. Completa um ano nesta instituição se se confirmar a ida do ex-ministro de Pedro Passos Coelho para Governador do Banco de Portugal.
“Álvaro Santos Pereira é um importante economista que foi ministro da Economia e Emprego de Portugal entre 2011 e 2013 [no XIX Governo Constitucional liderado pelo social-democrata Pedro Passos Coelho], sendo responsável pelas áreas da Indústria, Comércio e Serviços, Turismo, Energia e Obras Públicas, Transportes e Emprego”, descreve a OCDE. O economista foi professor de Desenvolvimento Económico e Política Económica na Universidade Simon Fraser e professor na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e professor na Universidade de York.
Para trás ficaram ainda nomes como o de Vítor Gaspar e de Pedro Machado (do Single Supervisory Mechanism – SSM) que terão, segundo as nossas fontes, sido sondados mas não aceitaram. Aliás, segundo o Negócios, Vítor Gaspar, terá já aceitado um lugar noutra instituição, após deixar o Fundo Monetário Internacional, em novembro.
Há ainda quem tenha falado em João Cabral dos Santos, quadro da Reserva Federal (Fed) de Nova Iorque. No entanto o Jornal Económico sabe que nunca foi convidado.
Na lista de “nomes que se falam” esteve o de Sérgio Rebelo, doutorado em Economia na Universidade de Rochester, consultor do Banco Mundial, da Comissão Europeia, do FMI, do BCE, do McKinsey Global Institute, do Global Markets Institute da Goldman Sachs, e Luís Cabral, professor na Universidade de Nova Iorque.
Também Vítor Bento, António Ramalho, Luís Máximo dos Santos e mais recentemente Carlos Tavares foram mencionados no mercado como potenciais sucessores de Mário Centeno.
O processo foi conduzido no círculo mais restrito do primeiro-ministro que tem guardado a sete chaves o nome do próximo governador do Banco de Portugal, mas o nome é do conhecimento do Ministério das Finanças, apurou o Jornal Económico.
O primeiro-ministro disse que já tem a decisão sobre o próximo governador do Banco de Portugal tomada, mas vai mantê-la fechada a sete chaves até esta quinta-feira, quando for revelado quem será o sucessor de Mário Centeno.
“Já sei qual é a decisão mas não vou antecipá-la”, disse Luís Montenegro na passada segunda-feira em entrevista à Antena 1. “Naturalmente, as pessoas envolvidas serão agora contactadas e, além do mais, teremos também a decisão do Conselho de Ministros [esta quinta-feira]”, acrescentou.
Numa entrevista à RTP, o primeiro-ministro quis salvaguardar o mérito de Mário Centeno: “para que não haja nenhuma dúvida, o doutor Mário Centeno reúne todos os requisitos para ser governador do Banco de Portugal, isso não está em causa”, no entanto defendeu a seguir a legitimidade da sua decisão que será revelada, ao que tudo indica, hoje.
O Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, sempre se opôs à recondução de Mário Centeno como Governador do BdP.
A escolha do Governador do Banco de Portugal está condicionada por uma lei de 2020, que impede os gestores da banca de transitarem diretamente pera o regulador sem um intervalo mínimo de três anos. A escolha do próximo Governador é a primeira a reger-se pelas novas regras.
O Governador terá de ter um perfil que tenha em conta o papel de defesa de política monetária do Governador, pois compete ao Governador, entre outros aspetos, exercer as funções de membro do Conselho e do Conselho Geral do BCE.
O Governo teve de decidir se quer um banqueiro central ‘falcão’, nome que é atribuído aos que defendem, em geral, uma política de austeridade monetária, ou um banqueiro ‘pomba’, que designa os que são a favor de mais alívio monetário para não prejudicar a economia real.
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