A revisão estratégica do Banco Central Europeu (BCE) foi interrompida pela Covid-19 e só deverá ficar concluída já na segunda metade do ano de 2021, anunciou Christine Lagarde, esta quinta-feira.
A presidente do BCE revelou que o Conselho de Governadores discutiu a revisão estratégica, anunciada em dezembro do ano passado, e ficou “claro que tem de ser retomada brevemente”, por volta de setembro.
“Se vai ficar pronta até meados de 2021? Não tenho a certeza. Eu diria que vai ficar pronta provavelmente na segunda metade de 2021 porque temos muito trabalho que tem de ser feito. Teremos em consideração o estado da economia, as dinâmicas da inflação e outros fatores e decidimos também ter em consideração as aprendizagens da pandemia”, revelou Christine Lagarde.
Em janeiro, a presidente do banco central tinha dito que a revisão estratégica iria ficar pronta até novembro deste ano, depois de um amplo exercício sobre a atuação do BCE, desde que tipo de ferramentas podem ser utilizadas até à comunicação e à linguagem utilizada. Large frisou ainda que o ambiente e a sustentabilidade eram temas centrais da revisão.
Na sua primeira conferência de imprensa enquanto presidente do BCE, depois de ter substituído Mario Draghi, Christine Lagarde anunciou que a revisão estratégica do banco central iria começar em janeiro deste ano.
Na altura, a francesa sinalizou que o enorme desafio das alterações climáticas e da desigualdade deve ser integrada na revisão estratégica do banco central, mas garantiu que irá analisar todas as ferramentas que Frankfurt tem à sua disposição. Explicou ainda que o banco central iria analisar com mais incidência o impacto das moedas digitais.
Esta quinta-feira, o Conselho de Governadores do BCE decidiu manter as taxas de juro inalteradas e não avançou com mais medidas de política monetária para a estimular a economia da zona euro.
A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0,00%, 0,25% e −0,50%, respetivamente.
O banco central, liderado por Christine Lagarde, decidiu também não reforçar o Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP), o programa de compra de ativos lançado em março para apoiar a economia e os mercados a enfrentarem os riscos que a pandemia causou na zona euros, que se mantém com um volume total de 1,35 mil milhões de euros. Há seis semanas, o BCE reforçou ainda em 600 mil milhões de euros o PEPP, acima das previsões dos analistas, que estimavam um aumento de 500 mil milhões de euros.
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