A publicação científica The Lancet, uma das mais antigas e prestigiadas revistas médicas do mundo, alertou no passado dia 12 de outubro no seu editorial para a preocupante situação do Serviço Nacional de Saúde português (SNS). O alerta é agora destacado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que realça o destaque do editorial desta revista: “Portugal é um dos únicos quatro países, entre os 33 países analisados pela OMS, que reduziu a despesa pública de saúde entre 2000-2017”.
De acordo com a revista The Lancet , “a falta de investimento no SNS está a impedir a modernização de hospitais e a substituição de material médico obsoleto”, acrescentando que “os trabalhadores do SNS ficam desmotivados com as precárias condições de trabalho e procuram emprego no setor privado e no estrangeiro”.
O editorial conclui que “o SNS não vai de encontro às necessidades da população”, destacando que “o novo governo socialista não pode deixar passar esta nova oportunidade para priorizar a saúde e tornar o seu acesso possível para todos”.
Para o SIM este alerta está em linha com o que referiu, neste sábado, 12 de Outubro, o Presidente da República que afirmou que há que esperar para ver “qual a prioridade dada à saúde” no Orçamento do Estado para 2020, apontando este setor como “uma das prioridades sensíveis” para a generalidade dos portugueses.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na Estufa Fria, em Lisboa, onde visitou uma exposição de obras de arte que vão ser leiloadas com um fim solidário, organizada pela Capiti – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Infantil, para assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental.
No OE se verá “qual é o peso que o Governo dá à saúde”, diz Marcelo
Questionado se o Governo não pode fazer mais pela saúde, num cenário de possível excedente orçamental, o chefe de Estado respondeu: “Vamos esperar. Houve eleições, o Governo está em formação, há de haver um Governo, há de haver um Orçamento para o próximo ano. E aí se verá qual é o peso que o Governo dá à saúde, como é que vai afetar os recursos para a saúde, qual a prioridade dada à saúde”.
“Nós sabemos que, para os portugueses em geral, a saúde é uma das prioridades sensíveis. Vamos esperar agora para ver como é no Orçamento para o ano que vem”, acrescentou.
Escusando-se a comentar “casos concretos” e a fazer uma avaliação da oferta do SNS, o Presidente da República defendeu que “é muito importante dar à saúde mental aquele relevo que durante muito tempo não teve”.
No seu entender, têm sido dado “muitos passos, públicos e privados” nesta matéria, “mas ainda há muito por fazer”.
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