Revolução Agrícola. Revolução Industrial. Revolução Digital e Tecnológica: para a História, somos a geração que da invenção da internet se viu obrigada pela explosão da informação a passar por uma transformação digital, sendo esta um movimento social e económico que através da tecnologia impacta a forma como interagimos, consumimos e vivemos. Trata-se do empoderamento do cidadão com a democratização do acesso à informação; somos 7 mil milhões sendo que 50% da população mundial está conectada e gera quase 10 mil milhões de conexões móveis.

Para as empresas tradicionais a digitalização pressupõe o derradeiro desafio já que se torna imperativo a adaptação do seu modelo de negócio segundo base digital, uma vez que vão agora competir com upstarts regidas por ordens de grandeza completamente distintas, que para além de atuarem já numa lógica de Consumer to Business (C2B)verdadeiramente conhecedoras do seu consumidor, detentoras do grau máximo de individualização e dominadoras de uma velocidade de aprendizagem e adaptação sem igual – estão, menos visivelmente, a levantar as fronteiras físicas, os mercados económicos deixarão de ser países e passarão a ser cidades: chamo-lhe a Emancipação da Metrópole. Vemos a Califórnia e a Catalunha já a liderar esta tendência, a terceira maior economia do mundo e a sétima da Europa, consecutivamente, que paralelamente à componente política que as afronta, tecnologicamente estão entre os principais players globais.

Conceptualmente, esta alteração territorial e mental irá incutir um ciclo de mudança que mais do que afetar a reestruturação das sociedades e modificar a progressão das mesmas, irá abrir os mercados, dando ao conceito de Globalização um novo significado: Planetarização. As nações têm encontrado a sua sustentabilidade em ambientes controlados e protegidos por leis, barreiras que esta nova génese de empresas digitais não conhece, nem conhecerá (o grande caso Uber vs Taxis).

Acredito que, muito em breve, da mesma forma que o Ikea nos fez a todos montar móveis, a Amazon, e outras, nos farão ir buscar as nossas compras, realizadas online, em função das nossas viagens internacionais. Todo este cenário de macro-cidade, reforça uma das minhas visões primordiais: o futuro será de muito poucas marcas, as grandes, que irão deter o monopólio dos produtos e serviços a nível mundial.

A cidade, inteligente, evolutiva, aberta, histórica, criativa, autónoma, futurista, universal, hiperativa, megalómana, ergonómica, magnética; como organismo ágil e dinâmico que é por natureza, liberta-se do peso de um país. Como dizia o meu professor da disciplina de Marca Território: Quando viajamos de avião, lá de cima, vemos continentes? Vemos países? Não, vemos cidades.