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Revolut adota teletrabalho permanente mas ainda está a definir como transformar unidade de Matosinhos

“Esta decisão não terá impacto no nosso compromisso no país ou na contratação dos melhores talentos nacionais. Temos mais de 100 funcionários em Portugal e estamos, neste momento, a contratar”, garante a empresa de serviços bancários.
8 Março 2021, 08h25

A Revolut tem o seu segundo maior escritório da Europa na cidade de Matosinhos, mas em fevereiro anunciou que se iria juntar ao grupo de tecnológicas que vão adotar o teletrabalho permanente. A fintech britânica explicou que transformaria todos os espaços em “RevLabs”, zonas com pouco de individual e quase tudo de colaborativo – e o mesmo se passará na unidade do Porto, que tem hoje capacidade para mais de 400 pessoas.

Ao que o Jornal Económico apurou, a empresa de serviços bancários ainda está a definir a estratégia para redimensionar as instalações em Portugal perante a nova política de home office a longo prazo e está a avaliar todas as opções que lhe permitam desenvolver este modelo de trabalho, mas sabe-se que, mais tarde, a decisão estará também nas mãos dos colaboradores, pois poderão escolher visitar os escritórios entre uma a cinco vezes por semana, onde terão ‘salas’ para brainstorming, formação, troca de conhecimento e reuniões.

Fonte oficial da Revolut lembra que ao JE que a decisão de transformar todos os escritórios do mundo em ‘laboratórios’ surgiu como “resposta às mudanças no local de trabalho – impostas pela pandemia da Covid-19 -, alinhada com os pedidos dos nossos colaboradores para a implementação de uma modalidade de trabalho mais flexível”.

“Esta decisão não terá impacto no nosso compromisso no país ou na contratação dos melhores talentos nacionais. Temos mais de 100 funcionários em Portugal e estamos, neste momento, a contratar para 36 vagas. Temos muita expectativa com o lançamento do nosso modelo RevLabs, em Portugal. Queremos que aconteça muito em breve e que seja mais uma forma de reter e cativar talento”, garantiu a mesma fonte.

Os RevLabs terão a maioria (70%) do local dedicado a trabalho colaborativo e os restantes 30% serão espaços para que os colaboradores cumpram as suas funções individuais.

“As nossas pessoas disseram-nos que gostam realmente do equilíbrio que conquistaram trabalhando a partir de casa. Mas admitiram que sentem falta dos colegas e que a possibilidade de colaborar presencialmente em alguns projetos-chave, desejando poder balancear a conveniência do trabalho remoto com a camaradagem que se vive nos escritórios”, referiu o vice-presidente de Pessoas da Revolut aquando do anúncio.

Com “disseram-nos” Jim MacDougal refere-se aos inquéritos internos no qual se concluiu, por exemplo que, 68% dos colaboradores queriam flexibilidade para trabalhar tanto a partir de casa como do escritório, ao passo que um terço da força de trabalho preferia trabalhar de forma totalmente remota – modelo de trabalho que não terá afetado a produtividade na ótica de 92% dos inquiridos.

“Vamos finalizar a nossa política de trabalho flexível nos próximos meses por forma a garantir que continuamos a ser atrativos para os nossos atuais colegas e para as centenas que se juntarão a nós à medida que crescemos em todo o mundo”, explicou Jim MacDougal.

Hoje, a empresa tem licenças bancárias em dez países – Bulgária, Croácia, Chipre, Estónia, Grécia, Lituânia, Malta, Roménia, Eslováquia e Eslovénia – mas em Portugal ainda não é considerada um banco.

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