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Ricardo Paes Mamede teve menos de metade dos votos do eleito para representar trabalhadores da TAP

A eleição de João Pedro da Conceição Duarte, por 42,51% dos votos, como representante dos trabalhadores da TAP, que será indicado para Administrador não executivo na TAP SGPS pela República Portuguesa, derrotou o candidato concorrente Ricardo Paes Mamede, conotado entre os trabalhadores da TAP como muito próximo ao ministro Pedro Nuno Santos, e igualmente participante no blogue “Ladrões de Bicicletas”, criado pelo próprio Pedro Nuno Santos.
4 Junho 2021, 02h56

João Pedro da Conceição Duarte será o representante dos trabalhadores do Grupo TAP na administração da TAP SGPS, vencendo as eleições realizadas para este efeito a 3 de junho, onde obteve 42,51% do total dos votos, num processo eleitoral que o torna no candidato que será indicado pela República Portuguesa como Administrador não executivo da TAP SGPS e proposto para eleição em Assembleia Geral da companhia aérea, a ter lugar no próximo dia 24 de junho, refere um comunicado que divulga o resultados das votações, a que o Jornal Económico teve acesso.

Desta forma, Ricardo Paes Mamede, que integrou o blogue “Ladrões de Bicicletas”, criado por Pedro Nuno Santos, atual ministro das Infraestruturas e da Habitação, que exerce a tutela sectorial da TAP, foi derrotado, obtendo um resultado de 18,98%, o que não chega sequer a metade da votação obtida pelo vencedor, João Pedro da Conceição Duarte, embora Paes Mamede tenha sido o segundo mais votado entre os seis candidatos concorrentes a representantes dos trabalhadores da TAP.

“A votação traduz uma derrota do projeto idealizado pelo ministro Pedro Nuno Santos, porque foi eleito um representante independente da fação do ministro”, comentou ao Jornal Económico um dos trabalhadores votantes nestas eleições.

A eleição contou com a participação de 46,57% dos trabalhadores e as percentagens de votos obtidas pelos restantes candidatos atribuíram 15,78% a Paulo Jorge Mendes Manso, 8,49% a Cristina Maria Pereira Cardoso, 7,82% a Rita Cristina Oliveira da Costa Silva e 6,48% a João Calisto Vaz de Matos Belo.

A TAP continua a ser um grupo empresarial com grande representatividade sindical, onde a realidade eleitoral é disputada por diversas sensibilidades políticas e por diferentes áreas técnicas, dificultando “projetos” como o de Ricardo Paes Mamede, muito conotado entre os trabalhadores do Grupo Tap com o plano de reestruturação da TAP que tem vindo a ser acompanhado pelo ministro Pedro Nuno Santos.

João Pedro da Conceição Duarte figurará na lista de nomes que serão levados à próxima Assembleia Geral da TAP, marcada para 24 de junho, relativamente à qual o ministério de Pedro Nuno Santos disse ao Jornal Económico que não confirmava que o nome da gestora francesa Christine Ourmière-Widener estivesse indicado para assegurar o cargo de CEO da TAP para o próximo mandato.

O Jornal Económico sabe que o atual presidente executivo Ramiro Sequeira não será reconduzido e que entre os quadros que deverão deixar o Grupo TAP é referido o nome de Arik De, associado à malograda negociação efetuada entre a TAP e os operadores turísticos e agência de viagens, que inviabilizou que a TAP efetuasse voos charter na época alta que coincide com o verão de 2021 – uma atividade que, segundo referiram ao JE fontes da TAP, seria importante para relançar a atividade da transportadora aérea.

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