Ricardo Salgado crítica o Banco de Portugal (BdP) e responsabiliza o governador da instituição, Carlos Costa, pelo desfecho do BES, defendendo que o Novo Banco deveria permanecer português, em entrevista ao Dinheiro Vivo, este sábado.
“O Banco de Portugal provocou o colapso e os lesados do BES”, defende o antigo banqueiro, acrescentando que “a resolução [do BES] era perfeitamente evitável”.
Para Ricardo Salgado a reorganização do GES e do BES era possível e não foi feita “por imposição do Banco de Portugal”, responsabilizando o Governador da instituição, Carlos Costa, a quem acusa de não comentar “ter recusado duas recapitalizações anteriores”.
“No dia 12 a área financeira do banco enviou à supervisão um comunicado avisando que o banco estava a ter uma fuga de 2 mil milhões de euros de depósitos. Portanto, não é possível considerar que o banco central não tenha compreendido que se estava a desenvolver aquilo que é o maior pesadelo para os banqueiros, mas também para reguladores e governos, que é uma crise de liquidez e corrida aos depósitos”, argumenta o ex-CEO, na entrevista.
O antigo banqueiro defende, ainda, que Portugal deveria ter utilizado a estratégia italiana de resgate ao Monte dei Paschi e indaga sobre a capitalização do Banco de Fomento para aquisição do Novo Banco, ou como “alternativas possíveis” o Millenium BCP ou a Caixa Geral de Depósitos. É neste sentido que diz que o Lone Star é “conhecido por ser um fundo oportunista”, mostrando-se especialmente crítico da aquisição do Novo Banco pelo fundo norte-americano.
As críticas estendem-se também ao anterior executivo, liderado por Pedro Passos Coelho. “Qualquer outro governo com o mínimo de responsabilidade e sem intuitos populistas teria evitado a resolução de um banco com a dimensão do BES”, frisa Salgado.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com