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Richemont abre ‘hub’ tecnólogico em Lisboa, a “Sillicon Valley da Europa”

Objetivo passa por construir e apoiar uma ampla gama de projetos na capital, desde infraestruturas tecnológicas, aplicações para negócios e um grande foco em produtos de inteligência artificial. “País tem universidades fantásticas com quem esperamos construir parcerias”, diz Eduardo Grilo, CTO da Richemont.
29 Maio 2025, 07h00

O grupo Richemont, que detém marcas como Cartier, Van Cleef & Arpels e Montblanc, escolheu Lisboa para o seu primeiro ‘hub’ tecnológico fora da Suíça. “É uma cidade que tem uma comunidade tecnológica vibrante e um ecossistema que está a crescer rapidamente. Gosto de chamar a Lisboa a nova Silicon Valley da Europa, que oferece uma qualidade de vida única e permite-nos contratar localmente, mas também atrair talento internacional”, afirma ao Jornal Económico (JE) Eduardo Grilo, CTO da Richemont.

O ‘hub’ tem como nome R:Tech e está localizado em Moscavide, próximo do Parque das Nações, tendo a inauguração ocorrido na última terça-feira. Com 3.200 m², terá a certificação LEED Platinum, um reconhecimento em termos de sustentabilidade e eficiência energética, e pretende ser uma extensão do espaço tecnológico em Genebra. “Sendo português, não podia estar mais satisfeito”, refere, acrescentando que o maior investimento do grupo é no talento.

“Até agora, já contratámos 100 profissionais e queremos aumentar para 400 nos próximos dois anos. 80% são portugueses, mas estamos abertos a receber pessoas de qualquer país, respeitando as leis de imigração em Portugal. Há pessoas que vêm do Reino Unido, outras da Suíça. Estamos a trabalhar de perto com o Brasil e temos pessoas a virem da América Latina”, sublinha.

O objetivo passa por construir e apoiar uma ampla gama de projetos em Lisboa, desde infraestruturas tecnológicas básicas a aplicações para negócios, com um grande foco também em produtos de inteligência artificial para acelerar o processo de transformação digital.

“Vamos ter engenheiros, arquitetos, criadores de software e especialistas em cibersegurança”, salienta Eduardo Grilo, realçando também o papel que as instituições de ensino portuguesas terão neste processo. “O país tem universidades fantásticas com quem esperamos construir parcerias”, realça.

Sobre os tipos de tecnologia e inovação que serão desenvolvidos neste novo ‘hub’, Eduardo Grilo refere que o objetivo é construir uma tecnologia muito sólida e produtos que realmente criem negócio. “Para isso acontecer, temos de trabalhar num sistema de IT mais moderno”, dando o exemplo de há cinco anos, quando a Richemont adotou uma estratégia de colocar tudo em cloud e, assim, desativar por completo os centros de dados em todo o mundo.

“Fomos uma das primeiras empresas na Europa a alcançar isso. Foi realmente uma oportunidade única para modernizar e consolidar o nosso sistema IT, mas também um facilitador único para oferecer agilidade e flexibilidade ao nosso negócio. Isto também faz parte da transformação digital global”, afirma.

Em relação ao uso da IA nos bens de luxo, o CTO revela que a empresa criou recentemente um departamento de Inteligência Artificial, que tem como missão regular a sua utilização, mas também garantir que esta ferramenta é aplicada de uma forma ética. “Introduzimos o ‘Agente 42’, que é o chatbot interno dos nossos 45 mil funcionários e será o primeiro ponto de entrada para apoiar qualquer funcionário nas suas tarefas diárias”, explica.

Questionado sobre a estratégia para atrair e reter talento, Eduardo Grilo destaca que o facto de a empresa ter sido uma das primeiras a atingir uma certificação global de igualdade salarial, a que se junta uma formação regular com progressão na carreira. “Mais de 40% das nossas novas posições são internas. Não estamos apenas a contratar para agora, mas também a fazer um investimento para o futuro”, conclui.

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