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Riscos de contágio da banca nos EUA são “poucos” para os bancos do euro, diz Allianz Trade

A Allianz Trade antecipa que os problemas sentidos na economia norte-americana não deverão, assim, ter consequências alarmantes para o setor bancário global, no entanto, “não pode ser descartada alguma instabilidade, pelo menos no curto prazo”.
27 Março 2023, 11h57

O choque na banca americana não deverá impactar significativamente a banca da zona euro, quem o diz é a Cosec, companhia de seguros de créditos.

“A banca norte-americana tem sofrido alguma instabilidade, fruto da evolução registada por algumas instituições financeiras. Ainda que a economia norte-americana seja a mais forte do mundo, os especialistas da Allianz Trade, acionista da Cosec – Companhia de Seguro de Créditos, no estudo  ‘US Bank failures – What’s Next’, estimam que os riscos de contágio sejam poucos para a banca europeia”, lê-se no comunicado.

A Allianz Trade antecipa que os problemas sentidos na economia norte-americana não deverão, assim, ter consequências alarmantes para o setor bancário global, no entanto, “não pode ser descartada alguma instabilidade, pelo menos no curto prazo”.

Com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), os medos regressaram ao setor financeiro norte-americano. Ainda assim, as previsões são de que os efeitos de contágio para o sistema financeiro europeu serão reduzidos, até porque, a zona euro tem ativos sistemas que lhe permitem absorver potenciais choques, defende a companhia de seguros detida pela Euler Hermes e pelo BPI.

O relatório refere que “na última década, e depois da crise da dívida soberana que assolou a área do euro, a saúde do setor bancário melhorou significativamente, permitindo-lhe ter as condições necessárias para, caso seja necessário, mitigar as possíveis consequências negativas deste contexto, defendem os especialistas da líder mundial em seguros de crédito”.

“Os maiores bancos da zona euro, com ativos que representam cerca de 80% do PIB da região, estão hoje muito mais saudáveis do que 2015, fruto de uma regulação e supervisão mais consistente”, destaca a análise da Allianz Trade.

A Allianz Trade é a marca registada utilizada para designar a gama de serviços prestados pela Euler Hermes.

Segundo o estudo da acionista da Cosec, “os bancos europeus adquiriram experiência com a crise da dívida soberana, que começou em 2008, e que afetou várias economias”. No entanto, alerta, “alguns países continuam expostos aos seus soberanos, com os bancos a deterem elevados níveis de dívida dos países”.

A previsível retração do crédito é abordada na análise. “Os efeitos que poderão ser antecipados, fruto do colapso do SVB, prendem-se nomeadamente, com a concessão de financiamento, podendo as condições tornarem-se mais restritivas tanto nos EUA, como em outros países, à medida que os bancos elevam os critérios de empréstimo”, lê-se no comunicado.

Impacto na subida dos juros dos bancos centrais

Apesar de alguns reajustamentos após os últimos dados da inflação nos EUA, como refere a acionista da Cosec, os mercados voltam a antecipar que a inflação no curto prazo vai continuar a ser um fator de pressão. “Uma crise financeira não é perspetivada, mas a incerteza e a volatilidade vão continuar a marcar o desempenho dos mercados no curto prazo”, defende a Allianz Trade.

Aliás, após o choque que os mercados sofreram com o colapso do SVB, existem perspetivas para subidas dos juros por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), refere a análise. Já para a zona euro, e tendo em conta que os efeitos de contágio estimados são limitados, os mercados antecipam agora um ritmo de subida dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) mais lento que anteriormente, conclui a Allianz Trade.

 

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