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Rita Nabeiro eleita para liderar o BCSD sucedendo a António Pires de Lima

A nova direção diz que quer acelerar a transição climática e posicionar as empresas portuguesas como protagonistas de uma economia regenerativa.
11 Abril 2025, 13h14

A Administradora Executiva do Grupo Nabeiro e CEO da Adega Mayor, foi eleita esta sexta-feira para presidir ao BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, sucedendo assim ao presidente da Brisa, António Pires de Lima.

Rita Nabeiro já estava na equipa de António Pires de Lima, como vice-presidente, e o Jornal Económico sabe que o presidente da Brisa apoiou a sucessão do cargo para a CEO da Adega Mayor.

“O BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável elegeu hoje os novos órgãos sociais para o triénio 2025-2028. A lista vencedora, “Por uma nova Natureza Empresarial – Liderar a Transformação”, é liderada por Rita Nabeiro, Administradora Executiva do Grupo Nabeiro e CEO da Adega Mayor”, refere a instituição.

A equipa liderada por Rita Nabeiro é composta pelos Vice-Presidentes António Pires de Lima (Presidente da Comissão Executiva da Brisa); Jorge de Melo (CEO da Sovena); João Günther Amaral (Administrador da Sonae); João Lé (Administrador Executivo The Navigator Company); Madalena Cascais Tomé (CEO da SIBS);  Joaquim Cabaço (Presidente do Conselho de Administração Executivo Trivalor); Rui Teixeira (CFO da EDP); e António Miguel (Diretor Geral da Maze).

Saem da direção Maria João Carioca (da Galp); Cristina Amorim (da Corticeira Amorim); e João Nuno Palma do BCP;.

A nova direção tem ainda como Presidente da Mesa da Assembleia Geral Jorge Magalhães Correia (Presidente do Conselho de Administração da Fidelidade). Os secretários são Bruno Ferreira (Partner na PLMJ) e Joana Rodrigues Pinto (Legal Advisor na HyChem).

Já o Conselho Fiscal é presidido por Pedro Cruz (Partner na KPMG) e os vogais são Cristina Rodrigues (Managing Director na Capgemini) e Filipa Carmona (Deputy Director Sustainability na CGD).

O BCSD Portugal é uma associação empresarial, sem fins lucrativos, que agrega mais de 200 empresas de referência em Portugal e as ajuda na sua jornada para a sustentabilidade.

A nova direção diz que quer acelerar a transição climática e posicionar as empresas portuguesas como protagonistas de uma economia regenerativa.

Rita Nabeiro assume a presidência da direção do BCSD Portugal, destacando os maiores desafios para o mandato, que na sua opinião são “a convergência das crises climática, social, económica e geopolítica está a transformar profundamente o papel das empresas na sociedade”.

“Exige-se liderança, compromisso e coragem. Precisamos de uma sociedade civil mobilizada e de uma comunidade empresarial unida, consciente do seu impacto e determinada a ser parte da solução. O BCSD Portugal tem um contributo considerável a dar nesta jornada, uma jornada que já lidera há alguns anos, mas onde, fruto dos desafios que o mundo enfrenta, há ainda muito por fazer”, refere a gestora.

A presidente do BCSD Portugal alerta também para a necessidade de afirmar as conquistas da sustentabilidade. “Se o greenwashing era uma preocupação, começamos a enfrentar o fenómeno do greenhushing – o receio de se comunicar ações sustentáveis por medo de críticas ou escrutínio provenientes, em grande parte e como sabemos, da nova administração norte-americana. Continua, por isso, a ser essencial reafirmar a sustentabilidade como motor de inovação, coesão social e progresso económico”, diz.

Por outro lado, Rita Nabeiro diz que “também o retrocesso preocupante em políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão deve implicar o reafirmar desta dimensão para que iniciativas que foram construídas com esforço e sentido de justiça, não sejam desvalorizadas, postas em causa ou desmanteladas”.

A nova presidente do BCSD Portugal sublinha ainda que “o verdadeiro progresso só se alcança quando a prosperidade económica caminha lado a lado com a justiça social e o respeito pelos limites do planeta”.

Segundo o comunicado, o programa da nova Direção do BCSD Portugal apresenta uma visão ambiciosa para um futuro mais sustentável, estruturada em três eixos estratégicos: “Capacitação e Conhecimento para a Transformação”, “Influência Estratégica e Compromisso com o Futuro” e “Inovação e Colaboração para um Impacto Positivo”.

“O objetivo é ajudar as empresas na integração dos critérios ESG através de conhecimento, com ferramentas práticas e com uma rede de inspiração e partilha, reforçar o posicionamento do BCSD Portugal como interlocutor estratégico junto dos decisores políticos, reguladores e sociedade civil, para políticas públicas alinhadas com os desafios do presente e do futuro, e explorar o potencial da inteligência artificial ao serviço da sustentabilidade”, acrescenta o Conselho.

Rita Nabeiro, hoje eleita presidente do BCSD Portugal, iniciou a sua carreira na Delta Cafés, tendo posteriormente assumido a criação e consolidação da Adega Mayor como marca de referência no setor vinícola nacional, onde tem promovido práticas ambientais responsáveis, desde métodos sustentáveis de agricultura à preservação da biodiversidade. Sob a sua liderança, a marca já conquistou mais de 400 prémios nacionais e internacionais.

Como Administradora Executiva do Grupo Nabeiro, lidera as áreas de Sustentabilidade e Propósito, e de Pessoas, Cultura e Desenvolvimento. Desde 2023, preside também a Associação Coração Delta. Entre outras distinções, recebeu o Prémio Mulher Empreendedora da ANJE e foi convidada pela Presidência da República a integrar o “Grupo de Reflexão sobre o Futuro de Portugal”, entre 2018 e 2022.

“A nova Direção pretende ainda reforçar o papel institucional do BCSD Portugal como uma voz de referência na sustentabilidade corporativa, mais próxima dos associados, promovendo a partilha ativa de conhecimento e criando pontes entre empresas. Um parceiro de excelência na definição de políticas públicas e na promoção da inovação, que aposta numa comunicação mais estratégica e mobilizadora, que ajude a tornar a complexidade da sustentabilidade acessível, clara e inspiradora para todos os públicos”, refere Rita Nabeiro. “O grande objetivo é reforçar o propósito coletivo de construção de um novo modelo económico, mais regenerativo, mais equitativo, mais resiliente”, conclui.

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