As redes sociais encheram-se de imagens do busto, que mostra um Cristiano pior do que aquele saiu da ilha há uns anos, ainda em fase de crescimento, puberdade e dentes desalinhados e definitivamente bem diferente do atual. Até o próprio ficou espantado com o que viu e a imagem não tardou a correr mundo e a ser fortemente criticada.
Depois houve todo um rol de posts, uns de concordância, outros de discordância, com o feito. Mas a verdade é que está feito. E a partir de agora o aeroporto da Madeira passa a ter o nome do melhor do mundo, que por acaso é português e natural da ilha.
Sinceramente, não sei se acho bem ou mal, mas não me choca. Até porque concordo plenamente que as homenagens sejam ser feitas o mais possível em vida e não depois de deixar morrer os heróis. Certamente que Eusébio teria gostado de ver que a avenida que passa em frente ao Estádio da Luz tem o seu nome.
Também não tenho dúvidas do quanto vale a marca Cristiano Ronaldo e do que já fez pela marca Portugal e pela marca Madeira, que muito tem de inovadora. Eu, que já aqui antes me confessei ‘ronaldete’ assumida, admito que adorei a campanha da Banana da Madeira com Dona Dolores, e acho mesmo que foi um golpe publicitário inteligente e arrojado, como as marcas devem tentar ter.
Só tenho dúvidas que mudar o nome de um aeroporto vá trazer mais turistas à ilha. Nunca escolhi determinado local por causa do nome do seu aeroporto. Acredito que para um estrangeiro, fã de futebol, tenha a sua piada ter o nome Ronaldo impresso no seu bilhete de avião, mas não sei até que ponto isso dará maior impulso às vendas de bilhetes. Até porque a Madeira já tem uma praça com o nome do jogador, um museu, que certamente fazem parte do roteiro turístico da ilha, bem como a casa, a localidade onde cresceu e o clube onde nasceu como jogador.
De qualquer forma, foi um bom tema para descontrair do penoso processo de divórcio do Reino Unido, que começou esta semana, ou da venda do Novo Banco, onde o Estado já deu tudo o que podia e não devia, ou ainda da Caixa Geral de Depósitos que, com passar do tempo, só perde valor e notoriedade que serão difíceis de reconquistar.
Para quem ficou espantado com a nomeação, recordo que não é um feito inédito. George Best, uma das primeiras estrelas do mundo do futebol, que muitas alegrias deu ao Manchester United, conhecido pelos seus maus hábitos e vícios, também deu nome a um aeroporto em Belfast, na Irlanda do Norte, onde nasceu. Uma decisão que, na época, também não agradou a todos. Já os golfistas norte-americanos Arnold Palmer e Albert Bond Lambert não causaram tanta indignação com o mesmo feito por estarem também ligados ao mundo da aviação.
Seja como for, e goste-se ou não, o nosso Ronaldo continuará em altos voos. E nós devemos orgulhar-nos disso.