As empresas com um cariz exportador têm, na visão dos bancos portugueses, características que as tornam mais resilientes, saudáveis e competitivas. A visão foi partilhada por Rui Garcia, Trade Finance Product Manager do Crédito Agrícola, esta quarta-feira, em Braga, na primeira paragem do ciclo de conferências do JE, “Rota do Crescimento”.
Braga recebe o primeiro evento da Rota do Crescimento, um novo projeto do Jornal Económico, que irá reunir decisores políticos, associações e empresários, para discutir os apoios às pequenas e médias empresas, neste percurso que une várias cidades do país.
Este é um projeto inovador de partilha de informação que servirá, certamente, para criar sinergias entre os vários players económicos e que conta com o apoio da Sabseg, Crédito Agrícola, Yunit e InvestBraga.
Apesar do dinamismo reconhecido ao mercado português, este responsável do Crédito Agrícola vê neste ecossistema muitas limitações que fazem com que as empresas “procurem a internacionalização para ganhar escala e dimensão, para poderem desenvolver, crescer e serem mais resilientes”.
“Muitas vezes encaramos a internacionalização como um modelo complexo mas são processos de aprendizagem, e internacionalizar é um motor da economia nacional, seja para estabelecer-se como filiais, seja nas parcerias locais na exportação pura. Este é o futuro, é a realidade do nosso país”, sublinhou Rui Garcia.
O Trade Finance Product Manager do Crédito Agrícola recordou que “a crise económica levou a que as empresas tivessem que olhar para o mercado internacional” e que atualmente, essa “é uma necessidade estrutural, é uma constante que as empresas o façam, não só para o mercado europeu mas também para mercados emergentes”.
Facultando alguns números sobre o crescente peso das vendas internacionais na economia nacional, Rui Garcia traçou uma comparação entre 2021 e 2024 e fez ainda uma perspectiva para o futuro próximo: “Em 2021, as exportações tinham 41% na economia nacional e em 2024, as exportações superaram as importações. E as previsões é que as exportações cresçam mais de 3% entre 2025 e 2026”.
Para este responsável, “estamos a tornar-nos um país cada vez mais exportador, mais ágil e aberto aos mercados internacionais e essas empresas têm provado, para nós banca, serem as mais resilientes, saudáveis, robustas e mais competitivas”.
E como é que as PMEs podem chegar a este patamar de internacionalização? Antes de mais, defende este responsável do Crédito Agrícola, “têm de mudar a sua realidade para ir ao mercado”, sendo que os cuidados a ter “passam pela análise e estudo aprofundado da geografia onde se vão inserir para que não tenham surpresas desagradáveis”.
Entre essas surpresas indesejáveis estão “custos de implementação, adaptação do produto à realidade do mercado, ter cuidado com a legislação (por exemplo, a proximidade linguística às vezes pode ser uma barreira, até nas questões legais e alfandegárias). Nunca se deve menosprezar nada neste processo”, defendeu.
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