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Rui Pinto queria “encostar à parede” dono da Doyen mas nega intenção de obter dinheiro

Rui Pinto admitiu ter contactado com Nélio Lucas para “o encostar à parede” e não para lhe extorquir dinheiro. “Falei de alguns negócios que considero ilícitos. Tentei descobrir a verdade, encostá-lo à parede, para que ele se descaísse e confessasse a ilegalidade”, assumiu. 
25 Setembro 2019, 18h26

O hacker Rui Pinto chegou a Portugal no passado mês de março e uns dias depois foi presente à juíza Maria Antónia de Andrade, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. Rui Pinto foi interrogado durante mais de uma hora, sobre o facto de ter acedido de forma ilegal aos sistemas informáticos do fundo Doyen e do Sporting e negou as acusações, destaca a revista Sábado, após consulta da gravação da audiência do dia 22 de março.

O português, que está sob investigação, negou ter acedido de forma ilegítima aos sistemas informáticos e afirma que desistiu do fundo liderado por Nélio Lucas quando o seu advogado afirmou que poderia ser acusado por crime de extorsão.

Rui Pinto admitiu à juíza que pertenceu à Footballeaks enquanto um “coletivo de pessoas” e refutou o acesso ilegal a sistemas informáticos para obtenção da informação publicada. “Não tive nenhuma intromissão em sistemas nacionais e internacionais. O site não divulgava apenas informações confidenciais. Os documentos eram obtidos através de fontes. Que eu tenha conhecimento, não existiriam acessos ilegítimos”, referiu Rui Pinto no interrogatório.

Relativamente à tentativa de extorsão à Doyen, de que foi acusado, o hacker admitiu ter realizado contacto com Nélio Lucas para “o encostar à parede” e não para lhe extorquir dinheiro. “Falei de alguns negócios que considero ilícitos. Tentei descobrir a verdade, encostá-lo à parede, para que ele se descaísse e confessasse a ilegalidade”, assumiu.

A juíza confrontou o hacker com um email em que este pedia ao dono da Doyen uma doação entre 500 mil euros e um milhão de euros. “Sabia que era uma quantia irrealista que lancei para a mesa, para ver qual seria a reação, quanto é que ele iria pagar pelo meu silêncio”, garantiu, embora sustente que a pressão não fosse para obter dinheiro.

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