O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, considera “positivo” que haja uma convergência entre o Governo e o PSD em matérias estruturantes e a longo prazo no plano de retoma económica. O líder social-democrata admite que é “absolutamente impossível” que haja uma convergência completa, mas defende que “alguma convergência” seria “desejável” para bem da recuperação económica do país.
“É absolutamente impossível que haja uma convergência completa. Isso não existe. Mas obviamente que era desejável que, naquilo que é estruturante pudesse haver alguma convergência a bem do país. Isso parece-me evidente”, afirmou Rui Rio, em conferência de imprensa, à saída da primeira reunião do conselho consultivo do Conselho Estratégico Nacional do PSD, que decorreu este sábado em Coimbra.
Rui Rio reiterou que o Governo vai apresentar o seu plano de retoma económica, cujo esboço inicial foi encomendado ao CEO da petrolífera Partex, António Costa e Silva, “dentro de dias”, e que o PSD irá fazer “exatamente a mesma coisa”, com a apresentação de um plano alternativo que está a ser desenhado pelo Conselho Estratégico Nacional do PSD, que funciona como uma espécie de “Governo sombra”.
O presidente do PSD sublinhou ainda que “obviamente que era desejável” que houve alguma convergência entre os dois planos “principalmente naquilo que não é uma resposta a curto prazo, mas num horizonte a longo prazo”. “Se houver, depois de serem apresentados os documentos, alguma convergência, designadamente no que é no longo prazo, para o país seria positivo”, referiu Rui Rio.
Disse ainda que, se o plano económico do Governo tivesse sido feito com o Bloco de Esquerda (BE) ou o Partido Comunista Português (PCP), as possibilidades de entendimento com o PSD seria escassas: “Se tivéssemos a falar de um documento feito com o Bloco de Esquerda e o PCP, acho que isso seria absolutamente impossível. Estamos a falar de um documento que é o Governo sozinho/ Partido Socialista que vai apresentar”.
O Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030 deve estar concluído até dia 15 de setembro, estando previsto um mês depois o envio do esboço do plano de recuperação à Comissão Europeia. A versão final do documento será entregue em Bruxelas até 30 de abril do próximo ano.
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