O presidente do Partido Social Democrata (PSD) defendeu esta quarta-feira que os fundos europeus destinados à recuperação da economia portuguesa devem ser investidos “sem dúvida” nas empresas. O líder social-democrata, Rui Rio, considera que é preciso “reindustrializar a economia” nacional e que só depois é que se dever olhar para o investimento público, ao contrário do que tem feito o Governo.
“Não tenho dúvidas [sobre onde é que o dinheiro vindo da União Europeia deveria ser investido]: nas empresas para a reindustrialização da economia. Porquê? Porque precisamos de melhores empregos e a forma de conseguirmos isso é reformar a nossa economia”, disse Rui Rio, num painel dedicado ao “futuro de Portugal”, no primeiro dia da Web Summit 2020, que este ano acontece exclusivamente online.
Para que essa reindustrialização da economia possa acontecer, Rui Rio, considera fulcral que o Governo tome medidas para “apoiar as empresas”. A ausência de mais apoios para as empresas foi, aliás, um dos motivos que levou o PSD a votar contra o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021). Só depois da apostas nas empresas, é que o líder social-democrata considera que o Governo deve olhar para o “investimento público”.
“A segunda prioridade deve ser o investimento público, que foi muito baixo nos últimos 10 anos. Precisamos de investimento público na ferrovia, por exemplo, mas essa não deve ser a prioridade. Essa é talvez a maior diferença entre o meu partido e o Governo, que coloca o investimento público como primeira prioridade, mas em primeiro lugar devem estar as empresas”, explicou Rui Rio.
Ao apostar nas empresas, o líder do PSD acredita que se está a contribuir não só para a iniciativa privada, mas também no emprego, com a criação de “melhores empregos e melhores salários”.
Interesse nacional acima de tudo durante a pandemia
Sobre a pandemia, Rui Rio referiu que “há um dever para todas as instituições e dos partidos políticos, mesmo os que estão na oposição, para colaborarem com o Governo contra um inimigo comum”, que é a Covid-19 e que é “muito forte”. “É do interesse nacional”, salientou.
“Em março e abril, não critiquei o Governo. Porquê? porque na altura não tínhamos know-how e sabia que não podia fazer de forma melhor do que o primeiro-ministro. Não seria justo nem honesto criticar se não conseguia fazer melhor. Agora é diferente: agora posso ajudar e colabora mas também criticar, porque agora sei como fazer isso um pouco melhor”, explicou o líder social-democrata.
Questionado sobre o que teria feito diferente, Rui Rio disse que “teria planeado melhor em julho, agosto e setembro, porque sabíamos que íamos ter uma segunda vaga” e referiu que “houve erros da parte do Governo e não se planeou bem”.
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