[weglot_switcher]

Rui Rio defende que venda de imóveis feita pelo Novo Banco “teve contornos criminosos”

Líder social-democrata entende as operações de venda de ativos do Novo Banco podem constituir matéria criminal e voltou a pedir ao Ministério Público que investigue o caso até às últimas consequências.
  • rui_rio_psd
    Tiago Petinga/Lusa
29 Julho 2020, 23h24

O presidente do PSD considerou, esta quarta-feira, que a venda de imóveis feita pelo Novo Banco teve “contornos criminais”. Rui Rio considerou que esta venda, que contribuiu com enormes perdas para o banco, é um escândalo. “É demais”diz, e apela para que o Ministério Público olhe para a situação “a sério”.

Em entrevista à RTP 3, emitida esta noite, Rui Rio sublinhou por diversas vezes a “gravidade política” do caso, mas não esqueceu a parte judicial. “Acho que há uma questão criminal no Novo Banco”, apontou.

“Eu não tenho dúvidas, tenho uma certeza: o Governo não cuidou de conferir as faturas que o Novo Banco lhe mandou.”, refere. Para o líder da oposição governamental, o executivo de António Costa não procurou saber se as perdas são reais ou se foram “inventadas”.

“O Novo Banco começa a vender imóveis, e vende-os a perder dinheiro? Quando toda a gente que vendeu imóveis ao longo dos anos ganhou dinheiro?”, questionou. “Isto é dantesco”, criticou o líder social-democrata.

Em causa está a notícia do “Público” que denuncia que o Novo Banco vendeu 13 mil imóveis a um fundo de investidores anónimos a que também deu crédito. Segundo o jornal, a operação de 10 de outubro de 2018, que resultou na alienação do portfolio Viriato, acabou com o Fundo de Resolução a compensar o Novo Banco pelas perdas de centenas de milhões.

De acordo com o jornal, foi o maior negócio imobiliário realizado em Portugal nos últimos anos, e o segundo maior da Península Ibérica. As casas e os terrenos — cerca de metade das quais habitações residenciais — foram vendidos muito abaixo do preço por que estavam avaliados. No banco estavam registadas em 631 milhões de euros e foram vendidas por 364 milhões.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.