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Rússia supera Arábia Saudita como principal fornecedor de petróleo à China

Os dados, que expõem a Rússia como principal fornecedor do maior importador de petróleo do mundo, a China, após um intervalo de 19 meses, indicam que Moscovo conseguiu encontrar compradores para o seu petróleo apesar das sanções ocidentais, embora tenha reduzido os preços.
20 Junho 2022, 15h08

As importações chinesas de petróleo vindo da Rússia aumentaram 55% em relação a 2021, atingiram níveis recorde em maio e superaram a Arábia Saudita como principal fornecedor, dado que as refinarias lucraram com os abastecimentos a preço de saldo fruto das sanções impostas a Moscovo pela invasão à vizinha Ucrânia, revela a “Reuters”.

As importações de petróleo russo, incluindo abastecimentos bombeados pelo oleoduto do Oceano Pacífico da Sibéria Oriental e embarques marítimos dos portos russos da Europa e do Extremo Oriente, totalizaram quase 8,42 milhões de toneladas, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas da China – o equivalente 1,98 milhões de barris por dia (bpd) e um quarto acima dos 1,59 milhões de bpd registado em abril.

Os dados, que expõem a Rússia como principal fornecedor do maior importador de petróleo do mundo, a China, após um intervalo de 19 meses, indicam que Moscovo conseguiu encontrar compradores para o seu petróleo apesar das sanções ocidentais, embora tenha reduzido os preços.

Embora a procura da China por petróleo tenha sido atenuada pelas restrições provocadas pela pandemia de Covid-19 e uma economia em desaceleração, os principais importadores, incluindo a gigante Sinopec e a comerciante Zhenhua Oil, intensificaram a compra de petróleo russo mais barato, além de abastecimentos, também sancionados, oriundos do Irão e Venezuela que permitem reduzir a dependência de outros mercados como a África Ocidental ou o Brasil.

A Arábia Saudita surge em segundo lugar na lista de principais fornecedores de petróleo à China, com volumes de maio superiores em 9% face a 2021, o equivalente a 7,82 milhões de toneladas, ou 1,84 milhão de bpd.

Os dados alfandegários divulgados esta segunda-feira, 20 de junho, também mostraram que a China importou 260 mil toneladas de petróleo iraniano no mês passado — a terceira vez que Pequim recorre a este fornecedor desde dezembro de 2021.

Apesar das sanções dos EUA ao Irão, a China continuou a receber petróleo iraniano, regra geral dissimulado como abastecimentos vindos de outros países. Os níveis de importação são equivalentes a 7% das importações totais de petróleo da China.

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