A sucursal do Banco Sabadell vai iniciar atividade em abril. Abre com 14 pessoas e um balcão para se dedicar à banca de empresas, nomeadamente às empresas espanholas e às grande empresas portuguesas (com facturação acima de 200 milhões de euros).
Santiago Tiana, responsável pelo banco espanhol em Portugal, falou com o Jornal Económico nas instalações da sucursal que se situa na Avenida da Liberdade. Para já este é o único balcão, mas a evolução esperada da actividade permite antever a abertura de mais dois balcões, noutros pontos do país, nomeadamente no norte. No entanto a sua rede será maioritariamente online.
O banco chega a Portugal com uma sucursal, em vez de filial, porque com a sucursal o capital que responde pela concessão de crédito é o da casa-mãe, o que dá algum conforto aos clientes e aos reguladores.
Aliás a tendência de vir para Portugal com sucursais de bancos estrangeiros, em vez de filiais, não é inédita. Recentemente o BBVA vai deixar de ser filial em Portugal para passar a sucursal. O banco espanhol iniciou o processo de absorção da sua filial portuguesa, e uma vez concretizada esta fusão, o BBVA vai adotar uma estrutura de maior eficiência e agilidade – a sucursal.
No caso do Sabadell, este decidiu abrir logo com uma sucursal que funcionará com 14 pessoas e atuará no segmento da banca de empresas e na área de corporate (com a atividade de banca de investimento para empresas). As áreas jurídicas e de recursos humanos estão em outsourcing.
A principal razão da abertura em Portugal é acompanhar os clientes espanhóis. O Sabadell apresenta-se em Portugal com a vantagem de ter rating investment grade, o que é importante para algumas empresas que só podem trabalhar com bancos que sejam “grau de investimento”.
Santiago Tiana explicou o motivo para abrir em Portugal. “Trata-se de um regresso, ao fim de 17 anos, pois o banco antes do acordo com o BCP, esteve em Portugal com uma sucursal em 1994”. O Sabadell passou a ser accionista do BCP em 2000, ano em que os dois bancos firmaram uma parceira que implicou participações cruzadas entre ambos e um pacto de não concorrência nos respetivos mercados, Portugal e Espanha.
Em dezembro de 2016 o Banco Sabadell vendeu a posição de 4,08% no BCP, aquando da entrada da Fosun no capital do banco liderado por Nuno Amado. Mas ainda manteve a parceria comercial por mais uns meses. Mas em março de 2017, o Sabadell vendeu o remanescente de capital (0,15%) do BCP e ficou livre para abrir diretamente em Portugal.
O banco vai atuar diretamente no mercado, depois de ter abandonado o acordo de parceria acionista e comercial, de anos com o BCP e que acabou completamente em março de 2017.
Santiago Tiana falou do business plan para Portugal. O banco quer atingir o breakeven no segundo ano de atividade, e por isso espera que no exercício de 2019 já tenha lucros.
No prazo de cinco anos o balanço do Sabadell Portugal deverá superar os 1.000 milhões de euros (crédito e depósitos). Santiago Tiana estima que o universo potencial de clientes em Portugal são mais de 1.000 empresas espanholas que estão cá ou trabalham em Portugal.
O Sabadell em Espanha é um banco de retalho, mas tem uma quota de mercado significativa na banca de empresas. O banco tem 2.400 balcões em Espanha.
O banco espanhol que tem um track-record, acumulado ao longo de décadas, de integrações de bancos, é um dos bancos que olhou para a sucursal do Deutsche em Portugal.
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