O Salário Mediano em Portugal é de 838 euros. Face a este valor, o Salário Mínimo de 530 euros representa 63%. Para comparação, em Espanha o rácio é 37%, nos EUA é 36%, no Japão é 40%, na Irlanda 44% e na Grécia 47%. Nos países mais “progressistas” da Europa, o rácio na França é 62% e na Holanda 46%. Como demonstra o Índice de Kaitz, o problema em Portugal não é o Salário Mínimo, mas os salários em geral.
Os salários em Portugal representam 78.275 milhões. Face a um PIB de 179 539 milhões, representam 43,6%. Este valor é superior aos dos EUA (42,6%), mas inferior à média da OCDE (53%). Desde 1970 que este indicador está em queda na OCDE (a entrada das mulheres na força da trabalho aumentou a oferta e a produção requer hoje mais capital), mas neste indicador Portugal tem-se aproximado da média, não o contrário. Ou seja, o capital não fica com o dinheiro todo, e os salários em Portugal correspondem a uma percentagem crescente da produção nacional.
A desigualdade de salários em Portugal, medida pelo Índice de Gini, é de 33,9. Para comparação, em Espanha é 34,6, no Japão é 33, nos EUA 39,4, na Irlanda 30,9 e na Grécia 34,3. Na progressista França 29,4 e na liberal Holanda 28,3. Também não é na disparidade salarial que Portugal se destaca positiva ou negativamente.
Os salários portugueses são baixos comparativamente aos da Europa do norte. O salário mínimo é baixo comparativamente com o do Luxemburgo (1.923 euros). Mas é preciso saber o que é a causa e o que é o efeito: é por o Luxemburgo ser rico que pode ter um salário mínimo elevado, não é por o Luxemburgo ter o Partido Comunista no poder a ditar altos salários mínimos que se tornou rico. O salário mínimo é a consequência, não a causa. O problema em Portugal é o país produzir pouco – e como se produz pouco, não há muito para distribuir. E o pouco que há muitas vezes é enterrado em elefantes brancos e outros “investimentos” sem qualquer esperança de retorno. Investimentos que produzam riqueza precisam-se!