“Eu sou completamente favorável a quotas”. Pedro Castro Almeida, CEO Santander Portugal, confessou, esta sexta-feira, que “diversidade e inclusão” são temas que lhe são “muito queridos”, adiantando que não é tanto a questão da igualdade em si, mas, sim, no que ela possa ajudar a sociedade a desenvolver-se.
O gestor revelou estar a participar pela primeira vez numa sessão de encerramento do programa Santander W50 a pedido expresso da presidente do grupo, Ana Botín, destacando a importância do programa como exemplo da formação contínua, que, ele próprio pratica. Começou em 2010, no INSEAD, onde na altura ensinava o saudoso professor António Borges, e não mais parou: “Ano sim, ano não, vou tirando um curso diferente”, contou perante uma plateia de noventa e muitos por cento de mulheres.
À sua frente, no Edifício do Leão, na Baixa Lisboeta, estavam as 50 executivas portuguesas vencedoras do Santander W50, programa de liderança feminina que seleciona 50 mulheres com cargos diretivos em 11 países, num total de 550. Também presentes na sala alumni de edições anteriores e elementos da equipa do Santander, num momento que pretendeu celebrar as vencedoras e reforçar o compromisso com a liderança feminina.
Mariana Branquinho da Fonseca, Senior Client Partner e Country Chair da Korn Ferry em Portugal, considerou que “o que há em comum” a todos estas mulheres “é a ânsia de continuarem a aprender”. A formação é contínua, referiu, salientando “a necessidade de desenvolverem competências à medida que vão evoluindo na carreira”.
Em resposta a Inês Rocha de Gouveia, head of Santander Universidades, que moderou a mesa-redonda sobre “importância do lifelong learning”, a prestigiada executiva afirmou: Temos que partir do princípio de que somos relevantes para as empresas. E temos de ter criatividade para nos tornarmos indispensáveis”.
Laurinda Alves, antiga jornalista e professora com ligações à NOVA SBE, disse ao auditório nunca é tarde para começar, revelando que aos 63 anos, a um mês poucos dias de ser avó, está a abrir um novo capítulo na vida. O projeto está relacionado, com algo que adora e sabe fazer – entrevistas. Neste momento, está a criar já uma identidade para a sua marca.
Às presentes deixou um conselho: “Nunca se comparem, não deixem que vos comparem. A única comparação possível é ir comigo própria, a outra comparação não tem interesse nenhum. Comparem mesas, mas nunca pessoas. O que seria de sim sem os meus erros, sem os meus fracassos, sem os meus medos”. Resumiu: “o verbo comparar é absolutamente proibido”.
Paula Perfeito, presidente da PWN Lisbon, referiu, por seu turno, que a mulher está sub-representada nos lugares de liderança e que neste capítulo, a Europa anda a três velocidades. Mais adiante contabilizou: “20% do talento desperdiçado nas organizações são mulheres porque dividem as responsabilidades com a família”.
Saindo do mundo corporativo, a primeira reflexão, segundo Paula Perfeito, tem de ser individual: “Temos que ir à luta de forma determinada. Saber que lugar temos na mesa e batermo-nos por ele”.
Em Portugal, foram registadas 420 candidaturas para o programa SW50 e a seleção das 50 líderes foi concretizada por um grupo de avaliadoras que incluiu alumni do SW50, elementos do Board da PWN Portugal e a diretora de Pessoas e Cultura do Santander. Eis as 50:
As selecionadas têm acesso a um curso online certificado sobre liderança feminina e vão agora competir na edição global SW50 que apura as 50 melhores do mundo, que terão a oportunidade de frequentar um curso presencial de alto desempenho em Londres, certificado pela London School of Economics and Political Science (LSE), com todos os custos cobertos (inscrição, propinas e alojamento).
Este curso vai ajudar as participantes a “aperfeiçoar o seu estilo de liderança e oferecerá uma visão exclusiva das técnicas de liderança global”. Terão também acesso a conferências de grande impacto e a sessões de coaching individuais e em grupo, para partilharem experiências e reforçarem a sua rede internacional.
O Santander W50 foi lançado há 14 anos, tendo participado nela mais de 800 mulheres.
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