Scholz quer recuperar siderurgia alemã e não exclui resgate da Thyssenkrupp

O chanceler alemão, Olaf Scholz, convocou para esta segunda-feira, 9 de dezembro, uma reunião com representantes da indústria siderúrgica com o objetivo de apresentar medidas para salvar o setor, não excluindo um possível resgate estatal do grupo Thyssenkrupp.

Em entrevista à imprensa germânica, Scholz afirmou que “o aço continuará a acompanhar a nossa indústria durante séculos e agora trata-se de assegurar a longo prazo a produção de aço na Alemanha. Tem uma importância geoestratégica”, rematou.

Entre as medidas propostas, o chanceler sugeriu estabelecer um preço da eletricidade limitado a três cêntimos para apoiar esta indústria de elevado consumo energético. No entanto, dado que o seu governo está em minoria e se prevêem eleições antecipadas para fevereiro, é pouco provável que esta medida seja implementada nesta legislatura.

Scholz também salientou a necessidade de localizar na Alemanha toda a cadeia de produção de valor, instando a que se incentive a construção de alternativas aos altos-fornos clássicos.

Além disso, fez um apelo à Comissão Europeia para que proteja melhor as empresas europeias face à concorrência desleal, dando o exemplo da China.

Relativamente à Thyssenkrupp, que anunciou a intenção de cortar 11 mil postos de trabalho de um total de 27 mil e de fechar a fábrica de Kreuztal-Eichen, Scholz indicou que este tipo de ações ocorrem repetidamente e mencionou exemplos anteriores de participação estatal em empresas como a Meyer-Werft, a Uniper e a Lufthansa durante a pandemia.

Segundo dados do gabinete de estatísticas Destatis, no terceiro trimestre de 2024, os pedidos da indústria do aço caíram 9,4% em comparação com o trimestre anterior e 9,7% face ao mesmo período do ano anterior, enquanto a produção contraiu 2,7% em termos anuais.

A crise do setor é atribuída principalmente ao aumento dos preços da energia devido à guerra na Ucrânia e à queda do volume de vendas.